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segunda-feira, 23 de junho de 2008

Shostakovich,Anna Akhmatova,Marina Tsvetaeva,

Dmitri Shostakovich
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
Dmitri Chostakovitch (São Petersburgo, 25 de setembro de 1906Moscou, 1975) considerado o mais humano dos compositores do século XX. Misto de rebeldia e de musicista oficial, lutou pela independência da criação artística até o fim de sua vida.
Aos nove anos começou o aprendizado de piano com sua mãe, intérprete oficial deste instrumento. Em 1919 ingressa no Conservatório de São Petersburgo, na época Petrogrado, onde estuda piano com Leonid Nikolayev e composição com Maximilian Steinberg. Os estudos de piano prolongaram-se até 1923 e os de composição até 1925. Em 1926, sua Sinfonia nº1, peça de formatura da classe de composição, é bem recebida. Recebeu menção honorífica em piano no prestigioso Concurso Chopin de Varsóvia na edição de 1927. Escreveu trilhas sonoras para filmes e chegou a trabalhar no teatro com Meyerhold.
Recebeu várias distinções, em 1954 de Artista do Povo da URSS e de Membro Honorário da Real Academia Sueca de Composição, em 1956 a Medalha da Ordem de Lênin, além do Prêmio Lênin de Composição em 1958 e 1966, no mesmo ano de 1958 o título de Dr. honoris causa pela Universidade Oxford e pela de Dublin em 1968. Em 1966 a medalha de ouro da Real Sociedade Filarmônica de Londres. Em 1948 viajou para os Estados Unidos como delegado soviético na Conferência Mundial da Paz e pôde observar o sucesso que suas obras tinham no exterior, principalmente sua sinfonia n. 5.
Sua música costuma ser bastante envolvente, com forte uso de temas militares, comuns à época em que viveu (comunismo, Segunda Guerra Mundial, entre outros). Além disso,ao compor quinze sinfonias, foi um dos maiores sinfonistas do século XX. Também escreveu uma suíte para orquestra de jazz, dois concertos para piano e orquestra, concertos para violino e violoncelo e diversos quartetos de cordas, além de duas óperas e obras para piano solo.
A Censura Soviética
Em finais da década de 20 o clima cultural da União Soviética caracterizava-se por uma relativa liberdade. No campo musical, isso significava a possibilitade de conhecer as obras de músicos que, como Stravinsky ou Schönberg, estavam a realizar experiências muito importantes na linguagem musical. Por exemplo, Bartók e Hindemith conseguiram visitar a URSS e apresentar suas próprias obras. Shostakovitch absorveu estas várias influências e integrou-as nas suas várias composições. Como resultado desta investigação na linguagem musical, compôs em 1928 a ópera "O Nariz", que motivou uma forte crítica por parte da Associação Proletária de Compositores Russos na qual esta obra era qualificada de burguesa.
Desta forma, os anos seguintes foram marcados pelo instável equilíbrio que Shostakovitch manteve entre as exigências da sua própria inspiração e as das autoridades culturais de seu país. Incapaz de obedecer completamente às prescrições do regime, o músico procurou integrar as sucessivas críticas provocadas por suas composições.
Em 1932 o jornal Pravda opinou sobre uma nova ópera, intitulada "Lady Macbeth do Distrito de Mzensk", as duas óperas criadas até aquela data, somadas à sua Sinfonia n. 4, foram censuradas e proibidas de serem apresentadas publicamente até 1937.
Durante a Segunda Guerra Mundial houve um abrandamento da censura e o compositor pode sentir uma brisa cultural na União Soviética. Após o fim da guerra as críticas foram retomadas e o compositor sofreu nova censura por sua Sinfonia n. 8 "Stalingrado". As críticas levaram o compositor a restringir suas aparições públicas até a morte do ditador Josef Stalin em 1953.

Anna Akhmatova
AHHA AXMATOBA
Ana Akhmátova, pseudónimo de Ana Andreievna Gorenki nasceu nos arredores de Odessa em 1889 e faleceu nos arredores de Moscovo em 1966.
From:
http://www.lumiarte.com/luardeoutono/annakhmatova2.html
1889-23 de junho: Ana Andréevna Gorenko, terceira de cinco filhos, nasce na Ucrânia, no mar Negro, em Bolchói Fontán, um elegante subúrbio de Odessa.
1890
Julho: a família Gorenko muda-se para Pávlovsk, então Tsárkoie Seló, perto de Petersburgo, e passa os verões no mar Negro.
1903
Ana conhece o jovem poeta Nicolai Gumilióv, que passa a cortejá-la ardorosamente.
1905
Verão: o casal Gorenko se separa. Andréi Gorenko, engenheiro naval, muda-se para Petersburgo; Ina Gorenko, mãe de Akhmátova, leva as crianças para Evpatoria, no mar Negro.Inverno: Ana Gorenko começa a escrever poesia, adotando o nome da avó materna, Akhmátova.
1906
Outono: Akhmátova inicia, em Kiev, seu último ano de ginásio.Inverno: Gumilióv publica um de seus poemas na Sirius, uma pequena revista literária fundada por ele em Paris.
1907
Akhmátova inscreve-se na Faculdade de Direito de Kiev. Transfere-se mais tarde para Petersburgo, onde irá cursar Literatura e História.
1909
Novembro: Akhmátova concorda em se casar com Gumilióv.
1910
Gumilióv mostra a Akhmátova o manuscrito “A arca de cipreste”, uma coletânea de poemas líricos de Innokenti Annenski, estudioso dos clássicos e diretor do ginásio de Tsárkoie Seló. Akhmátova fica profundamente comovida e impressionada.
1910
25 de abril: Akhmátova e Gumilióv casam-se perto de Kiev. Nenhum membro da família dela está presente. O casal passa a lua-de- mel em Paris.Junho: os Gumilióvs se instalam em Tsárkoie Seló. Setembro: Gumilióv viaja para a Abissínia (atual Etiópia) em sua expedição científica.
1911
Março: Gumilióv retorna. O casal visita Paris mais uma vez, onde Akhmátova conhece Modigliani. Outono: de volta a Tsárkoie Seló, os Gumilióvs desfrutam a vida literária. Gumilióv e outros jovens poetas fundam uma Associação de Poetas, cujos membros, originalmente quinze, decidem romper com o simbolismo. Em pouco tempo, seis deles – Gumilióv, Akhmátova, Mandelstam, Gorodetski, Narbut e Zenkevich – passam a se autodenominar acmeístas, termo proposto por Gumilióv.
1912
Primavera: publicação da primeira coletânea de poemas de Akhmátova, Entardecer.Gumilióv e Akhmátova viajam para a Suíça e Itália.1.o de outubro: nasce o filho do casal, Lev Nicolaievich.
1913
Primavera: Gumilióv parte mais uma vez para a África como diretor de uma expedição financiada pela Academia de Ciências.
1914
Publicação da segunda coletânea de poemas de Akhmátova, Rosário. O livro alcança grande sucesso popular.Agosto: eclode a Primeira Guerra Mundial. Gumilióv se alista como voluntário e é mandado para a frente de batalha.
1915
Agosto: morre em Petersburgo o pai de Akhmátova.Outono: Akhmátova, com tuberculose, passa algum tempo em um sanatório perto de Helsinque.
1916
Fevereiro: Akhmátova conhece o artista e mosaicista Boris Anrep por intermédio de Nicolai Nedobrovo, crítico de arte e bom amigo. Muitos dos poemas do terceiro volume de Akhmátova, Rebanho branco, são dedicados a Anrep.Akhmátova passa o inverno no Sul, perto de Sebastopol, por causa de sua doença.
1917
Fevereiro: Akhmátova e Gumilióv se separam.Explode a Revolução e se estabalece o governo provisório de Kerenski.Akhmátova fica com amigos em Petersburgo (chamada de Petrogrado durante a Primeira Guerra e mais tarde renomeada como Leningrado).Outubro: Lênin e os bolcheviques tomam o poder. Inverno: publicação do terceiro livro de poemas de Akhmátova, Rebanho branco.
1918
Agosto: Akhmátova e Gumilióv se divorciam.Outono: Akhmátova se casa com Vladímir Chileiko, um assiriologista. Logo depois passam a ocupar um cômodo na Fontánni Dom (Casa da Fontanka). É um tempo de privações, frio e fome.
1919
Tem início a guerra civil. Os bolcheviques per-seguem os opositores do novo regime soviético.
1920
Akhmátova se emprega como bibliotecária no Instituto de Agronomia.
1921
Akhmátova deixa Chileiko.A guerra civil termina mas a inquietação social continua.
1921
7 de agosto: morre Aleksandr Blok, o principal poeta simbolista.25 de agosto: Gumilióv é executado sob a acusação de ter tomado parte numa conspiração contra o novo regime.Publicação de Capim, o quarto livro de poemas de Akhmátova.
1922
Publicação do quinto livro de poemas de Akhmátova, Anno Domini MCMXXI.Janeiro: Maiakóvski, o principal poeta futurista, denuncia publicamente a poesia de Akhmátova. 20 de setembro: Chukovski, em uma conferência intitulada “Duas Rússias”, confronta a poesia futurista de Maiakóvski com a poesia pré- revolucionária de Akhmátova. Embora ele veja um lugar para ambos nas letras russas, as autoridades pensam cada vez mais de modo diferente.
1924
Morte de Lênin e emergência de Stálin, que vai solidificar seu poder no final da década.Verão: Akhmátova retoma a amizade com Óssip Mandelstam e conhece Nadejda Mandelstam.
1925
Primavera: Nadejda Mandelstam e Akhmátova, ambas com tuberculose, ficam juntas em uma clínica em Tsárkoie Seló.Trinta e dois dos poemas de Akhmátova aparecem em uma antologia; são os últimos publicados na União Soviética até 1940, embora seus livros anteriores continuem a ser reimpressos por refu-giados políticos.
1926
Akhmátova passa a morar no apartamento de Nicolai Punin, historiador e crítico de arte, na Casa da Fontanka. Lá moram também a esposa dele, Ana Arens, médica, e a filha do casal, Irina.Akhmátova inicia seu estudo crítico de Púchkin.
1928
Akhmátova e Chileiko divorciam-se oficialmente.
1929a1933
Uma resistência camponesa generalizada ao plano de coletivização de Stálin é refutada com execuções, deportações e privações deliberadas; milhões de pessoas morrem.
1930
Suicídio de Maiakóvski.
1932
Criação da União dos Escritores Soviéticos, sob rígido controle do Partido Comunista.
1934
13 de maio: Óssip Mandelstam é preso e sua família vai para o exílio em Cherdyn. Akhmátova arrecada dinheiro para eles entre os amigos.Dezembro: assassinato de Serguéi Kirov, oficial do Partido. São feitas prisões em massa, entre elas a do jovem Lev Gumilióv, que acaba sendo libertado. O terror se intensifica.
1935
Punin e Lev Gumilióv são presos, sendo soltos em seguida.
1936
Akhmátova publica o ensaio “O Adolfo de Benjamin Constant e a 'Criação’ de Púchkin”. Visita os Mandelstams em Vorôniej.
1937
Auge do terror. Milhões de pessoas são detidas e enviadas para campos de concentração.
1938
10 de março: Lev Gumilióv é preso mais uma vez. Fica detido em Leningrado e é solto dezessete meses mais tarde.1.o de maio: nova prisão de Mandelstam.27 de dezembro: morte de Mandelstam em um campo de concentração.
1935
Composição do ciclo poético Réquiem, que se estende até o ano de 1940.
1939
Marina Tzvietáieva, que emigrara para Paris em 1922, volta para a União Soviética.
1940
Akhmátova e Tzvietáieva encontram-se pela primeira vez. A proibição da poesia de Akhmátova, em vigor desde 1925, é suspensa.Verão: publicação de De seis livros, uma seleção dos primeiros livros de Akhmátova e alguns poemas novos.Outono: a antologia é recolhida das livrarias e tem as vendas proibidas.Outubro: Akhmátova sofre seu primeiro ataque cardíaco.
1941
22 de junho : a Alemanha invade a União Soviética. Agosto: Tzvietáieva suicida-se após o fuzilamento do marido e a prisão da filha em um campo de concentração.Setembro: Akhmátova faz um pronunciamento no rádio dirigido às mulheres de Leningrado, então sitiada, encorajando-as.Outubro: por determinação do Comitê Central do Partido Comunista de Leningrado, Akhmátova é expulsa para Moscou; ela toma então seu próprio rumo e vai para Tachkent, uma cidade no Usbe-quistão. Consegue um cômodo e recebe permissão para que Nadejda Mandelstam e a mãe morem na mesma casa.
1942a1944
Akhmátova faz leituras de poemas em hospitais. Contrai tifo e, depois de curada, tenta voltar para Leningrado.
1943
Publicação, em Tachkent, de Poemas seletos, uma edição rigorosamente censurada.
1944
Maio: Akhmátova voa de Tachkent a Moscou, onde faz um recital de poesias no auditório do Museu Politécnico. A ovação do público, de pé, a faz temer possíveis represálias políticas.Junho: Akhmátova voa para Leningrado.
1945
Maio: Vitória sobre a Alemanha.Akhmátova passa a ocupar dois cômodos na Casa da Fontanka.Lev Gumilióv, que fora libertado do exílio para lutar na guerra, junta-se a ela.Outono: encontro de Akhmátova com Isaiah Berlin, primeiro-secretário da embaixada britânica em Moscou. A visita, uma longa e estimulante troca de idéias, tem repercussão. Depois da segunda visita de Berlin, em 5 de janeiro de 1946, Akhmátova, que estava sendo vigiada desde sua volta a Leningrado, percebe em seu quarto a presença de microfones.
1946
Publicação em Moscou, igualmente censurada, de Poemas seletos.14 de agosto: O Comitê Central do Partido Comunista censura a revista Zvezda (Estrela) e fecha a revista Leningrado por terem publicado os trabalhos de Akhmátova e de Mikhail Zoshchenko. O decreto expurgando Akhmátova e Zoshchenko por “envenenar as mentes da juventude soviética” foi redigido por Andréi Jdanov, o “cão de guarda” cultural de Stálin. Decretos similares, atingindo o cinema e a música, seguiram-se a esse.Publicação de Poemas 1909-1945.
1949
30 de setembro: prisão de Punin.6 de novembro: Lev Gumilióv é mais uma vez detido, ficando preso até 1956. Para Akhmátova, a causa da prisão estaria em seu encontro com Berlin em 1945.
1950
Akhmátova publica “Em louvor da paz”, um ciclo de poemas propagandísticos, na esperança de ajudar o filho. Rogou que fossem omitidos de suas obras completas.
1952
Forçada a deixar a Casa da Fontanka, Akhmátova muda-se para um apartamento em Krasnaia Konitsa com membros da família Punin.
1953
Punin morre em um campo de prisioneiros na Sibéria.5 de março: morte de Stálin.
1955
Maio: Akhmátova recebe uma pequena dacha em Komarovo, um vilarejo perto de Leningrado.
1956
Fevereiro: o “discurso secreto” de Kruchóv sobre Stálin, no XX Congresso do Partido, inaugura um descongelamento geral e uma “reabilitação” de intelectuais em desgraça. Lev Gumilióv é posto em liberdade.Outubro: as insurreições na Hungria e na Polônia põem um fim à tendência liberalizante.
1958
Publicação severamente censurada de Poemas de Akhmátova, obra que também contém traduções de várias línguas orientais.Boris Pasternak é forçado a recusar o Prêmio Nobel pelo romance Doutor Jivago.
1960
Morte de Pasternak.
1961
Publicação de mais um livro censurado de Akhmátova, Poemas 1909-1960.
1963
Publicação de Réquiem na cidade de Munique.
1964
Agraciada com um prêmio literário italiano, Akhmátova viaja para Taormina.
1965
Primavera: Akhmátova viaja para a Inglaterra para receber o título "honoris causa” da Universidade de Oxford. Revê velhos amigos que haviam emigrado para Londres, Paris e Estados Unidos.Publicação de O vôo do tempo, uma coletânea já menos censurada.
1966
Akhmátova morre em uma casa de convalescência perto de Moscou e é enterrada em Komarovo.

Aprendi a viver com simplicidade, com juízo, a olhar o céu, a fazer minhas orações, a passear sozinha até a noite, até ter esgotado esta angústia inútil.
Enquanto no penhasco murmuram as bardanas e declina o alaranjado cacho da sorveira, componho versos bem alegres sobre a vida caduca, caduca e belíssima. Volto para casa. Vem lamber a minha mão o gato peludo, que ronrona docemente, e um fogo resplandecente brilha no topo da serraria, à beira do lago. Só de vez em quando o silêncio é interrompido pelo grito da cegonha pousando no telhado. Se vieres bater à minha porta, é bem possível que eu sequer te ouça.
Anna Akhmátova(tradução de Lauro Machado Coelho)

NO LUGAR DE UM EPÍLOGO
E lá, onde os sonhos formavam-se para nós dois - sonhos não muito diferentes iam ficando guardados. Vimos o mesmo sonho, e havia força nele, como a chegada da primavera.
Anna Akhmátova (tradução de Lauro Machado Coelho)
Enviado por: Márcia Maia

Vinte e um. Noite. Segunda-feira. A silhueta da cidade na neblina. Algum desocupado inventou essa história de que há amor no mundo. E por preguiça ou por tédio, todos acreditaram nele e assim viveram: esperando encontros, temendo ruturas e cantando canções de amor. Mas a outros será revelado o segredo e sobre estes recairá o silêncio... Eu tropecei nele casualmente e, desde então, sinto-me como se estivesse doente.
Anna Akhmátova (tradução de Lauro Machado Coelho)
Enviado por: Márcia Maia
http://www.annaakhmatovafoundation.org/PageOne.html

Marina Tsvetaeva
http://www.culturapara.art.br/opoema/marinatsvetaeva/tsvetaeva.htm
publicou seus primeiros poemas aos 16 anos. Opôs-se violentamente à Revolução de Outubro e exaltou em versos o Exército "Branco". Deixou a Rússia em 1922, a fim de se reunir ao marido, que fora oficial "branco" na Guerra Civil. Suas relações com os emigrados "brancos" foram, porém, se deteriorando, chegando ao rompimento total.
Concisos, ásperos, severos, de uma severidade que se alterna com certa tendência para o fluente e o musical, seus versos são certamente dos mais belos e realizados da poesia russa deste século. Deixou também reminiscências, crônicas, etc. Sua obra é acessível apenas em parte, quer na União Soviética, quer no Ocidente.
Marina Tsvetaeva nasceu em Moscou em 1892 e, após uma vida condicionada por trágicas circunstâncias, suicidou-se em Kazan, em 1941. Filha de um filólogo ilustre, de origem plebéia, professor universitário e fundador do Museu Puchkin, e de uma musicista, de ascendência alemã, aristocrata, teve sua infância marcada, como ela mesma diz, pelo exemplo de dedicação ao trabalho e pelo culto à natureza (pai), ao mesmo tempo que pelo amor à música e à poesia (mãe). Aos dezesseis anos tem seu primeiro livro de poemas acolhido pela crítica (Volóchin, Briussov) como uma revelação.
A partir deste momento abandona seus estudos musicais e dedica-seem definitivo à poesia. Conhece a fundo a lírica européia de seu tempo (especialmente a alemã e a francesa), mas são seus conterrâneos (Blok, Akhmatova, Biéli, Mandelstamm, Maiakóvski), aRússia e seus temas que suscitam a pujança de sua expressão poética.
Força e refinamento junto de uma intrigante angulosidade e diversidade de estilo e de argumento, aliados a uma expressão rítmica das mais felizes situam-na, na moderna poesia russa, entre seus últimos grandes representantes: Pasternak, Mandelstamm e Akhmatova.

A CARTA
Assim não se esperam cartas.Assim se espera - a carta.Pedaço de papelCom uma bordaDe cola. Dentro - uma palavraApenas. Isto é tudo.
Assim não se espera o bem.Assim se espera - o fim:Salva de soldados,No peito - três quartosDe chumbo. Céu vermelho.E só. Isto é tudo.
Felicidade? E a idade?A flor - floriu.Quadrado do pátio:Bocas de fuzil.
(Quadrado da carta:Tinta, tanto!)Para o sono da morteViver é bastante.
Quadrado da carta.
(Trad. Augusto de Campos)
À VIDA
Não roubarás minha corVermelha, de rio que estua.Sou recusa: és caçador.Persegues: eu sou a fuga.
Não dou minha alma cativa!Colhido em pleno disparo,Curva o pescoço o cavaloÁrabe -E abre a veia da vida.
Não colherás no meu rosto sem rugaA cor, violenta correnteza.És caçadora - eu não sou presa.És a perseguição - eu sou a fuga.Não colherás viva minha alma!Acossado, em pleno tropel,Arqueia o pescoço e rasgaA veia com os dentes - o corcelÁrabe
Silêncio, palmas!Cessa o teu apelo,Sucesso! Um só palmo:Mesa e cotovelo.
Cala-te, festa!Cotação, contém-te!Cotovelo e testa.Cotovelo e monte.
Juventude - rir.Velhice - aquecer.Que tempo pra ser?Para onde ir?
Mesmo num tugúrio,Sem uma pessoa:Torneira - murmúrio,Cadeira - ressoa,
Boca recomenda- Mole caramelo -Mais uma comenda"Pelo amor do Belo".
Se vocês soubessem,Longe ou perto, gente,Como esta cabeçaMe deixa doente -Deus numa quadrilha!A estepe é vala,Paraíso - ilhaOnde não se fala.
Macho - animal,Dono - vender!A Deus é igualO que me der
(Venham de vezDias a juros!)Pata a mudez -Quatro muros.
http://faynights.users.btopenworld.com/Laura/Marina/index.html

1 comentário:

  1. Quanta bobagem escrita sobre shostakovitch........o cara ganhou simplesmente 11Premios Stalin das artes. Quanta perserguicao!.....

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