Bem Vindo/Welkome

Esta página pretende-se interactiva,deixe imagems,informações,dicas do mês.

domingo, 15 de junho de 2008

Zeca Afonso

José Afonso
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Biografia
Foi criado pela tia Gé e pelo tio Xico, numa casa situada no Largo das Cinco Bicas, em Aveiro, até aos 3 anos (1932), altura em que foi viver com os pais e irmãos, que estavam em Angola havia 2 anos.
A relação física com a natureza causou-lhe uma profunda ligação ao continente africano que se reflectirá pela sua vida fora. As trovoadas, os grandes rios atravessados em jangadas, a floresta esconderam-lhe a realidade colonial. Só anos mais tarde saberá o quão amarga é essa sociedade, moldada por influências do apartheid.
Em 1937, volta para Aveiro onde é recebido por tias do lado materno, mas parte no mesmo ano para Moçambique, onde se reencontra com os pais e irmãos em Lourenço Marques (agora Maputo), com quem viverá pela última vez até 1938, data em que vai viver com o tio Filomeno, em Belmonte.
O tio Filomeno era, na altura, presidente da câmara de Belmonte. Lá, completou a instrução primária e viveu o ambiente mais profundo do Salazarismo, de que seu tio era fervoso admirador. Ele era pró-franquista e pró-hitleriano e levou-o a envergar a farda da Mocidade Portuguesa. «Foi o ano mais desgraçado da minha vida», confidenciou Zeca.
Zeca Afonso vai para Coimbra em 1940 e começa a cantar por volta do quinto ano no Liceu D. João III. Os tradicionalistas reconheciam-no como um bicho que canta bem. Inicia-se em serenatas e canta em «festarolas de aldeia». O fado de Coimbra, lírico e tradicional, era principalmente interpretado por si.
Os meios sociais miseráveis do Porto, no Bairro do Barredo, inspiraram-lhe para a sua balada «Menino do Bairro Negro». Em 1958, José Afonso grava o seu primeiro disco "Baladas de Coimbra". Grava também, mais tarde, "Os Vampiros" que, juntamente com "Trova do Vento que Passa" (um poema de Manuel Alegre, musicado e cantado por Adriano Correia de Oliveira) se torna um dos símbolos de resistência antifascista da época. Foi neste período (1958-1959) professor de Francês e de História na Escola Comercial e Industrial de Alcobaça.
Em 1964, parte novamente para Moçambique, onde foi professor de Liceu, desenvolvendo uma intensa actividade anticolonialista o que lhe começa a causar problemas com a polícia política pela qual será, mais tarde, detido várias vezes.
Quando regressa a Portugal, é colocado como professor em Setúbal, mas, devido ao seu activismo contra o regime, é expulso do ensino e, para sobreviver, dá explicações e grava o seu primeiro álbum, "Baladas e Canções".
Entre 1967 e 1970, Zeca Afonso torna-se um símbolo da resistência democrática. mantém contactos com a LUAR (Liga Unitária de Acção Revolucionária) e o PCP o que lhe custará várias detenções pela PIDE. Continua a cantar e participa, em 1969, no 1º Encontro da "Chanson Portugaise de Combat", em Paris e grava também o LP "Cantares do Andarilho", recebendo o prémio da Casa da Imprensa pelo melhor disco do ano, e o prémio da melhor interpretação. Zeca Afonso passa a ser tratado nos jornais pelo anagrama Esoj Osnofa[2] em virtude de ser alvo de censura.
Em 1971, edita "Cantigas do Maio", no qual surge "Grândola Vila Morena", que será mais tarde imortalizada como um dos símbolos da revolução de Abril. Zeca participa em vários festivais, sendo também publicado um livro sobre ele e lança o LP "Eu vou ser como a toupeira". Em 1973 canta no III Congresso da Oposição Democrática e grava o álbum "Venham mais cinco".
Após a Revolução dos Cravos continua a cantar, grava o LP "Coro dos tribunais" e participa em numerosos "cantos livres". A sua intervenção política não pára, tornou-se um admirador do período do PREC e em 1976 apoia Otelo Saraiva de Carvalho na sua candidatura à presidência da república.
Os seus últimos espectáculos decorreram no Coliseu de Lisboa e do Porto, em 1983, quando Zeca Afonso já se encontrava doente. No final desse mesmo ano, é-lhe atribuída a Ordem da Liberdade, mas o cantor recusa.[3]
Em 1985 é editado o seu último álbum de originais, "Galinhas do Mato", em que, devido ao avançado estado da doença, José Afonso não consegue cantar na totalidade. Em 1986, já em fase terminal da sua doença, apoia a candidatura de Maria de Lourdes Pintasilgo à presidência da república.
José Afonso morreu no dia 23 de Fevereiro de 1987, no Hospital de Setúbal, às 3 horas da madrugada, vítima de esclerose lateral amiotrófica. Será certamente recordado como um resistente que conseguiu trazer a palavra de protesto antifascista para a música popular portuguesa e também pelas suas outras músicas, de que são exemplo as suas baladas.

http://www.rodadentada.pt/joseafonso.htm

José Afonso
José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos nasceu a 2 de Agosto de 1929, em Aveiro, filho de José Nepomuceno Afonso, juiz, e de Maria das Dores.
Em 1930 os pais foram para Angola, onde o pai tinha sido colocado como delegado do Procurador da República em Silva Porto. José Afonso permanece em Aveiro, na casa da Fonte das Cinco Bicas, por razões de saúde, confiado à tia Gigé e ao tio Xico, um «republicano anticlerical e anti-sidonista».
Por insistência da mãe, em 1933 Zeca segue para Angola, com três anos e meio, no vapor Mouzinho, acompanhado por um tio advogado em lua-de-mel. Um missionário é a companhia de José Afonso que permanece três anos em Angola, onde inicia os estudos da instrução primária. Em 1936 regressa a Aveiro, para casa de umas tias pelo lado materno.
Parte em 1937 para Moçambique ao encontro dos pais, com quem vive juntamente com os irmãos João e Mariazinha.
Regressa a Portugal, em 1938, desta vez para casa do tio Filomeno, presidente da Câmara Municipal de Belmonte. Aqui conclui a quarta classe. O tio, salazarista convicto, fá-lo envergar a farda da Mocidade Portuguesa.
Vai para Coimbra em 1940 para prosseguir os estudos. É matriculado no Liceu D. João III e instala-se em casa da tia Avrilete. No liceu conhece António Portugal e Luiz Goes. A família parte de Moçambique para Timor, onde o pai vai exercer as funções de juiz. Mariazinha vai com eles, enquanto seu irmão João vem para Portugal. Com a ocupação de Timor pelos Japoneses, José Afonso fica sem notícias dos pais durante três anos, até ao final da II Guerra Mundial, em 1945.
Nesse mesmo ano começa a cantar serenatas como «bicho», designação da praxe de Coimbra para os estudantes liceais (José Afonso andava no 5.º ano do liceu). Era conhecido como «bicho-cantor», o que lhe permitia não ser «rapado» pelas «trupes». Vida de boémia e fados tradicionais de Coimbra.
De 1946 a 1948 completa o curso dos liceus, após dois chumbos. Conhece Maria Amália de Oliveira, uma costureira de origem humilde, com quem vem a casar em segredo, por oposição dos pais. Faz viagens com o Orfeão e com a Tuna Académica. Joga futebol na Associação Académica de Coimbra.
Em 1949 inscreve-se no primeiro ano do curso de Ciências Histórico-Filosóficas da Faculdade de Letras. Vai a Angola e Moçambique integrado numa comitiva do Orfeão Académico da Universidade de Coimbra.
Em Janeiro de 1953 nasce-lhe o primeiro filho, José Manuel. Dá explicações e faz revisão no Diário de Coimbra. São editados os seus primeiros discos. Trata-se de dois discos de 78 rotações com fados de Coimbra, editados pela Alvorada, dos quais não existem hoje exemplares. Os dois discos foram gravados no Emissor Regional de Coimbra da Emissora Nacional.
De 1953 a 1955 cumpre, em Mafra, serviço militar obrigatório. Foi mobilizado para Macau, mas livrou-se por motivos de saúde. Depois é colocado num quartel em Coimbra. Tem grandes dificuldades económicas para sustentar a família, como refere em carta enviada aos pais em Moçambique. A crise conjugal é muito sentida. Após o serviço militar, já com dois filhos, José Manuel e Helena (nascida em 1954), conclui em 1963 o curso na Faculdade de Letras de Coimbra com 11 valores com uma tese sobre Jean-Paul Sartre: «Implicações substancialistas na filosofia sartriana».
Vai dar aulas num colégio privado em Mangualde em 1955/56. Inicia-se o processo de separação e posterior divórcio de Amália (1 de Junho de 1963). José Afonso manterá uma névoa de silêncio em redor desta sua experiência conjugal.
Em 1956 é editado o seu primeiro EP, intitulado Fados de Coimbra.
Em 1956/57 é professor em Aljustrel e em Lagos.
Por dificuldades económicas, em 1958 envia os dois filhos para Moçambique, para junto dos avós. Neste ano fica impressionado com a campanha eleitoral de Humberto Delgado. Digressão de um mês em Angola da Tuna Académica. José Afonso é o vocalista do Conjunto Ligeiro. «Actuámos vestidos com umas largas blusas de cetim, cada uma de sua cor, imitando a orquestra de "mambos" de Perez Prado, o máximo da altura», conta José Niza.
Em 1959 começa a frequentar colectividades e a cantar regularmente em meios populares.
Em 1960 é editado o quarto disco de José Afonso. Trata-se de um EP para a Rapsódia, intitulado Balada do Outono.
De 1961 a 1962 segue atentamente a crise estudantil deste último ano. Convive em Faro com Luiza Neto Jorge, António Barahona, António Ramos Rosa e Pité e namora com Zélia, natural da Fuzeta, que será a sua segunda mulher.
Em 1962 é editado o álbum Coimbra Orfeon of Portugal, pela Monitor, dos Estados Unidos, com «Minha Mãe» e «Balada Aleixo», onde José Afonso rompe definitivamente com o acompanhamento das guitarras. Nestas duas baladas é acompanhado exclusivamente à viola por José Niza e Durval Moreirinhas.
Realiza digressões pela Suíça, Alemanha e Suécia, integrado num grupo de fados e guitarras, na companhia de Adriano Correia de Oliveira, José Niza, Jorge Godinho, Durval Moreirinhas e ainda da fadista lisboeta Esmeralda Amoedo.
Em 1963 é editado outro EP de Baladas de Coimbra.
Em Maio de 1964, José Afonso actua na Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, onde se inspira para fazer a canção «Grândola, Vila Morena», que viria a ser no dia 25 de Abril de 1974 a senha do Movimento das Forças Armadas (MFA) para o derrube do regime ditatorial.
Nesse mesmo ano é editado o EP Cantares de José Afonso, o único para a Valentim de Carvalho.
Também em 1964 é editado, pela Ofir, o álbum Baladas e Canções, que virá a ser reeditado em CD pela EMI em 1997.
De 1964 a 1967, José Afonso encontra-se em Lourenço Marques com Zélia, onde reencontra os seus dois filho. Nos últimos dois anos, dá aulas na Beira. Aqui musicou Brecht na peça A Excepção e a Regra. Em Moçambique nasce a sua filha Joana (1965).
Em 1967 regressa a Lisboa esgotado pelo sistema colonial. Deixa o filho mais velho, José Manuel, confiado aos avós em Moçambique. Colocado como professor em Setúbal, sofre uma grave crise de saúde que o leva a ser internado durante 20 dias na Casa de Saúde de Belas. Quando sai da clínica, tinha sido expulso do ensino oficial. É publicado o livro Cantares de José Afonso, pela Nova Realidade. O PCP convida-o a aderir ao partido, mas José Afonso recusa invocando a sua condição de classe. Assina contrato discográfico com a Orfeu, para quem grava mais de 70 por cento da sua obra.
Expulso do ensino, em 1968 dedica-se a dar explicações e a cantar com mais assiduidade nas colectividades da Margem Sul, onde é nítida a influência do PCP. Pelo Natal, edita o álbum Cantares do Andarilho, com Rui Pato, primeiro disco para a Orfeu. O contrato é sui generis: contra o pagamento de uma mensalidade (15 contos), José Afonso é obrigado a gravar um álbum por ano.
Em 1969 a Primavera marcelista abre perspectivas de organização ao movimento sindical. José Afonso participa activamente neste movimento, assim como nas acções dos estudantes em Coimbra. Edita o álbum Contos Velhos Rumos Novos e o single «Menina dos Olhos Tristes» que contém a canção popular «Canta Camarada». Recebe o prémio da Casa da Imprensa para o melhor disco, distinção que repete em 1970 e 1971. Pela primeira vez num disco de José Afonso, aparecem outros instrumentos que não a viola ou a guitarra. Trata-se do último álbum com Rui Pato. Nasce o último filho, o quarto, Pedro.
Em 1970 é editado o álbum Traz Outro Amigo Também, gravado em Londres, nos estúdios da Pye, o primeiro sem Rui Pato, impedido pela PIDE de viajar. Carlos Correia (Bóris), antigo músico de rock, dos Álamos e do Conjunto Universitário Hi-Fi, substitui Pato. A 21 de Março, por unanimidade, a Casa de Imprensa atribui a José Afonso o Prémio de Honra pela «alta qualidade da sua obra artística como autor e intérprete e pela decisiva influência que exerce em todo o movimento de renovação da música ligeira portuguesa». Participa em Cuba num Festival Internacional de Música Popular.
Pelo Natal de 1971, é lançado o álbum Cantigas do Maio, gravado perto de Paris, nos estúdios de Herouville, um dos mais caros e afamados da Europa. O álbum é geralmente considerado o melhor disco de José Afonso. A editora Nova Realidade publica o livro Cantar de Novo.
No ano de 1972 o álbum chama-se Eu Vou Ser Como a Toupeira, gravado em Madrid, nos Estúdios Cellada, com a participação de Benedicto, um cantor galego amigo de Zeca, e com o apoio dos Aguaviva, de Manolo Diaz. O livro, editado pela Paisagem, tem apenas o título de José Afonso.
Em 1973 José Afonso continua a sua «peregrinação», cantando um pouco em todo o lado. Muitas sessões foram proibidas pela PIDE/DGS. Em Abril é preso e fica 20 dias em Caxias até finais de Maio. Na prisão política, escreve o poema «Era Um Redondo Vocábulo». Pelo Natal, publica o álbum Venham Mais Cinco, gravado em Paris, em que José Mário Branco volta a colaborar musicalmente. No tema-título, participa Janine de Waleyne, solista dos Swingle Singers, o melhor grupo vocal de jazz cantado da altura, na opinião de José Niza.
A 29 de Março de 1974, o Coliseu, em Lisboa, enche-se para ouvir José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, José Jorge Letria, Manuel Freire, José Barata Moura, Fernando Tordo e outros, que terminam a sessão com «Grândola, Vila Morena». Militares do MFA estão entre a assistência e escolhem «Grândola» para senha da Revolução. Um mês depois dá-se o 25 de Abril. No dia do espectáculo, a censura avisara a Casa de Imprensa, organizadora do evento, de que eram proibidas as representações de «Venham Mais Cinco», «Menina dos Olhos Tristes», «A Morte Saiu à Rua» e «Gastão Era Perfeito». Curiosamente, a «Grândola» era autorizada. É editado o álbum Coro dos Tribunais, gravado em Londres, novamente na Pye, com arranjos e direcção musical, pela primeira vez, de Fausto. São incluídas as canções brechtianas compostas em Moçambique no período entre 1964 e 1967, «Coro dos Tribunais» e «Eu Marchava de Dia e de Noite (Canta o Comerciante)».
De 1974 a 1975 envolve-se directamento nos movimentos populares. O PREC (Processo Revolucionário Em Curso) é a sua paixão. Cantou no dia 11 de Março de 1975 no RALIS para os soldados. Estabelece uma colaboração estreita com o movimento revolucionário LUAR, através do seu amigo Camilo Mortágua, dirigente da organização. A LUAR edita o single «Viva o Poder Popular» com «Foi na Cidade do Sado» no lado B. Em Itália, as organizações revolucionárias Lotta Continua, Il Manifesto e Vanguardia Operaria editam o álbum República, gravado em Roma a 30 de Setembro e 1 de Outubro, nos estúdios das Santini Edizioni. As receitas do disco destinavam-se a apoiar a Comissão de Trabalhadores do jornal República ou, caso o jornal fosse extinto, como foi, o Secretariado Provisório das Cooperativas Agrícolas de Alcoentre. Desconhecido em Portugal, o álbum inclui «Para Não Dizer Que Não Falei de Flores» (Francisco Fanhais)(1), «Se os Teus Olhos se Vendessem», «Foi no Sábado Passado», «Canta Camarada», «Eu Hei-de Ir Colher Macela», «O Pão Que Sobra à Riqueza», «Os Vampiros», «Senhora do Almortão», «Letra para Um Hino» e «Ladainha do Arcebispo». Francisco Fanhais colaborou na gravação do disco, juntamente com músicos italianos.
Em 1976 apoia a candidatura presidencial de Otelo Saraiva de Carvalho, cérebro do 25 de Abril e ex-comandante do COPCON (Comando Operacional do Continente), apoio que reedita em 1980. Fase cronista de José Afonso, que publica o álbum Com as Minhas Tamanquinhas. O disco tem a surpreendente participação de Quim Barreiros. É, na opinião de José Niza, «um disco de combate e de denúncia, um grito de alma, um murro na mesa, sincero e exaltado, talvez exagerado se ouvido e lido ao fim de 20 anos, isto é, hoje». É a «ressaca» do PREC.
O álbum Enquanto Há Força, editado em 1978, de novo com Fausto, representa mais um exemplo da fase cronista do cantor, ligada às suas preocupações anti-colonistas e anti-imperialistas e à sua crítica mordaz à Igreja. Inclui as participações, entre outras, de Guilherme Inês, Carlos Zíngaro, Pedro Caldeira Cabral, Rão Kyao, Luís Duarte, Adriano Correia de Oliveira e Sérgio Godinho.
Em 1979 é editado o álbum Fura Fura, com a colaboração musical de Júlio Pereira e dos Trovante. O disco inclui oito temas de música para teatro, compostos para as peças Zé do Telhado, de A Barraca, e Guerra do Alecrim e Manjerona, da Comuna. Actua em Bruxelas no Festival da Contra-Eurovisão.
Em 1981, após dois anos de silêncio, regressa a Coimbra com o seu álbum Fados de Coimbra e Outras Canções. Trata-se da mais bela versão do fado de Coimbra, interpretada por Zeca Afonso em homenagem a seu pai e a Edmundo Bettencourt, a quem o disco é dedicado. Actua em Paris, no Théatre de la Ville.
Em 1982 começam a conhecer-se os primeiros sintomas da doença do cantor, uma esclerose lateral amiotrófica. Trata-se, aparentemente, de um vírus instalado na espinal medula que, de uma forma progressiva, destrói o tecido muscular e, normalmente, conduz à morte por asfixia. Actua em Brouges no Festival de Printemps.
Em 29 de Janeiro de 1983 realiza-se o espectáculo no Coliseu com José Afonso já em dificuldades. Participam Octávio Sérgio, António Sérgio, Lopes de Almeida, Durval Moreirinhas, Rui Pato, Fausto, Júlio Pereira, Guilherme Inês, Rui Castro, Rui Júnior, Sérgio Mestre e Janita Salomé. É publicado o duplo álbum Ao Vivo no Coliseu.
No Natal desse ano, sai Como Se Fora Seu Filho, um testamento político. Colaboração de Júlio Pereira, Janita Salomé, Fausto e José Mário Branco. Alinhamento: «Papuça», «Utopia», «A Nau de António Faria», «Canção da Paciência», «O País Vai de Carrinho», «Canarinho», «Eu Dizia», «Canção do Medo», «Verdade e Mentira» e «Altos Altentes». Algumas das canções foram escritas para a peça Fernão Mentes? do grupo de teatro A Barraca. Publicado o livro Textos e Canções, com a chancela Assírio e Alvim. Contra a sua vontade, é publicado pelo Foto Sonoro um maxi-single, Zeca em Coimbra, com um espectáculo dado por Zeca no Jardim da Sereia, na Lusa Atenas, a 27 de Maio.
A cidade de Coimbra atribui a José Afonso a Medalha de Ouro da cidade. «Obrigado Zeca, volta sempre, a casa é tua», disse-lhe o presidente da Câmara, Mendes Silva. «Não quero converter-me numa instituição, embora me sinta muito comovido e grato pela homenagem», respondeu José Afonso. O Presidente da República, general Ramalho Eanes, atribui a José Afonso a Ordem da Liberdade, mas o cantor recusa-se a preencher o formulário. Em 1994, o Presidente da República Mário Soares tentou de novo condecorar, postumamente, José Afonso com a Ordem da Liberdade, mas a mulher, Zélia, recusou, alegando que se José Afonso não desejou a distinção em vida, também não seria após a sua morte que seria condecorado.
Em 1983 José Afonso é reintegrado no ensino oficial, tendo sido destacado para dar aulas de História e de Português na Escola Preparatória de Azeitão. Tinha sido expulso em 1968. A doença, agrava-se.
Em 1985 é editado o último álbum, Galinhas do Mato. José Afonso já não consegue cantar todos os temas, sendo substituído por Luís Represas («Agora»), Helena Vieira («Tu Gitana»), Janita Salomé («Moda do Entrudo», «Tarkovsky» e «Alegria da Criação»), José Mário Branco («Década de Salomé», em dueto com Zeca), Né Ladeiras («Benditos») e Catarina e Marta Salomé («Galinhas do Mato»). Arranjos musicais de Júlio Pereira e Fausto. Outras canções do álbum: «Escandinávia Bar-Fuzeta» e «À Proa».
Em 1986 apoia a candidatura presidencial de Maria de Lourdes Pintassilgo, católica progressista.
José Afonso morreu no dia 23 de Fevereiro de 1987, no Hospital de Setúbal, às 3 horas da madrugada, vítima de esclerose lateral amiotrófica, diagnosticada em 1982. O funeral realizou-se no dia seguinte, com mais de 30 mil pessoas, da Escola Secundária de S. Julião para o cemitério da Senhora da Piedade, em Setúbal, onde a urna foi depositada às 17h30 na sepultura 1606 do quadro 19. O funeral demorou duas horas a percorrer 1300 metros. Envolvida por um pano vermelho sem qualquer símbolo, como pedira, a urna foi transportada, entre outros, por Sérgio Godinho, Júlio Pereira, José Mário Branco, Luís Cília, Francisco Fanhais.
A Transmédia editou o triplo álbum, o primeiro da história discográfica portuguesa, Agora e Sempre, duas semanas depois da morte do cantor. O triplo disco é constituído pelos álbuns Como Se Fora Seu Filho (1983) e Galinhas do Mato (1985) e por um alinhamento diferente de Ao Vivo no Coliseu (1983). A 18 de Novembro é criada a Associação José Afonso com o objectivo de ajudar a realizar as ideias do compositor e intérprete no campo das Artes.
Em 1988 a Câmara Municipal da Amadora institui o Prémio José Afonso destinado a galardoar um álbum inédito de música portuguesa, cujos temas tenham como referência a Cultura e História portuguesas, tal como a obra do autor de «Grândola, Vila Morena». Vencedores: «Para Além das Cordilheiras», Fausto (1988), «Negro Fado», Vitorino (1989), «Aos Amores», Sérgio Godinho (1990), «Janelas Verdes», Júlio Pereira (1991), «Correspondências», José Mário Branco (1992), «Eu Que Me Comovo por Tudo e por Nada», Vitorino (1993), «Tinta Permanente», Sérgio Godinho (1994), «Traz os Montes», Né Ladeiras (1995), «Maio Maduro Maio», Amélia Muge, João Afonso e José Mário Branco (1996).
Em 1991 a Câmara Municipal da Amadora inaugurou no Parque Central da cidade uma estátua em mármore de José Afonso, de 4 metros, da autoria do escultor Francisco Simões.
Em Outubro 1993, começam as gravações de um duplo CD, Filhos da Madrugada, que a BMG editará no ano seguinte em homenagem a José Afonso. A Strauss edita o duplo CD Zeca Afonso no Coliseu com o espectáculo integral de 29 de Janeiro de 1983. Inclui «Abertura: À Proa», «Balada do Mondego», «Saudades de Coimbra», «Senhora do Almortão», «Dor na Planície» (instrumental), «Balada do Outono», «Canção de Embalar», «Natal dos Simples», «Os Vampiros», «A Morte Saiu à Rua», «No Comboio Descendente», «Um Homem Novo Veio da Mata», «Milho Verde», «O Anel Que Tu Me Deste» (instrumental) «Murinheira» (instrumental), «Era Um Redondo Vocábulo», «Papuça», «Utopia», «Venham Mais Cinco», «O Que Faz Falta», «Grândola, Vila Morena» e «À Proa» (gravação de estúdio). «O Anel Que Tu Me Deste» e «Murinheira» não tinham sido incluídos na edição de vinil de 1983, Ao Vivo no Coliseu. O original de estúdio «À Proa», que tinha ficado de fora do álbum Como Se Fora Seu Filho, também de 1983, é publicado pela primeira vez. Uma versão diferente está incluída em Galinhas do Mato, de 1985.
Em 1994, integrado na programação de Lisboa-94, Capital Europeia da Cultura, realizou-se no dia 30 de Junho, no Estádio de Alvalade, em Lisboa, um festival de homenagem a José Afonso, com músicos da nova geração, intitulado Filhos da Madrugada. Participam Brigada Victor Jara, Censurados, Delfins, Diva, Entre Aspas, Essa Entente, Frei Fado D'El Rei, GNR, Madredeus, Mão Morta, Opus Ensemble, Peste & Sida, Resistência, Ritual Tejo, Sérgio Godinho, Sétima Legião, Sitiados, Tubarões, UHF, Vozes da Rádio e Xutos & Pontapés. Treze anos antes, numa entrevista ao Portugal Hoje, José Afonso tinha dito que «se a juventude aceita mais o rock do que outras formas musicais, o que se pode pedir, ao menos, é que se faça rock com qualidade» e que «não se tenha a necessidade de aleijar a língua portuguesa para a meter dentro dos compassos do rock».
Nesse mesmo ano a BMG editou um CD duplo, Filhos da Madrugada, gravado entre Outubro de 1993 e Março de 1994, em homenagem a José Afonso. Alinhamento: «Maio Maduro Maio» (Madredeus), «Coro dos Tribunais» (GNR), «A Formiga no Carreiro» (Sitiados), «Os Índios de Meia-Praia» (Vozes da Rádio), «Venham Mais Cinco» (Tubarões), «O Homem da Gaita» (Peste & Sida), «Canto Moço» (Ritual Tejo), «Vejam Berm» (Delfins), «Canção de Embalar» (Diva), «Era Um Redondo Vocábulo» (Opus Ensemble), «Coro da Primavera» (Xutos & Pontapés), «Cantigas do Maio» (Sétima Legião), «Chamaram-me Cigano» (Resistência), «Traz Outro Amigo Também» (Entre Aspas), «O Avô Cavernoso» (Mão Morta), «Que Amor Não Me Engana» (Frei Fado D'El Rei), «O Que Faz Falta» (Censurados), «Ronda das Mafarricas» (Brigada Victor Jara), «A Morte Saiu à Rua» (UHF) e «Senhor Arcanjo» (Essa Entente). O álbum termina com «Grândola, Vila Morena» cantado pelo Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras e ainda por João Aguardela (Sitiados), Natália Casanova (Diva), João Ribas (Censurados), Paulo Costa (Ritual Tejo), Viviane Parra (Entre Aspas), Nuno Aragão (Vozes da Rádio), Carla Lopes (Frei Fado D'El Rei), Paulo Riço (Essa Entente), João San Payo (Peste & Sida), Aurélio Malva (Brigada Victor Jara), Miguel Angelo (Delfins) e Tim (Xutos & Pontapés).
Em 1995 José Mário Branco, Amélia Muge e João Afonso, sobrinho de Zeca, lançaram um álbum de homenagem a José Afonso, intitulado Maio Maduro Maio, que inclui os inéditos de Zeca, «Entre Sodoma e Gomorra», e «Nem Sempre os Dias São Dias Passados». O CD duplo, resume os concertos que os três artistas deram no Teatro Municipal de São Luiz nos dias 13, 14 e 15 de Dezembro de 1994. Alinhamento: «Maio Maduro Maio», «Utopia», «De Não Saber o Que Me Espera», «Canção de Embalar», «Entre Sodoma e Gomorra», «Que Amor Não Me Engana», «Já o Tempo Se Habitua», «O Pastor de Bensafrim», «Lá no Xepangara», «Chamaram-me Cigano», «Achégate a Mim, Maruxa», «Canção da Paciência», «A Cidade», «Nefritite Não Tinha Papeira», «O Homem Voltou», «Nem Sempre os Dias São Dias Passados», «De Sal de Linguagem Feita», «Se Voaras Mais ao Perto», «Ali Está o Rio», «Benditos», «O País Vai de Carrinho», «Fura Fura», «O Que Faz Falta» e «Zeca». Esta última é uma canção de José Mário Branco, de homenagem a José Afonso.
Em 1996, sob a orientação cuidada de José Niza, a Movieplay editou em CD os 11 álbuns gravados por José Afonso para a Orfeu. A colecção é acompanhada por um 12º CD, De Capa e Batina, onde se juntam as primeiras gravações de José Afonso, isto é, as gravações de 78 rotações de 1953, «Fado das Águias», «Solitário», «O Sol Anda Lá no Céu» e «Contos Velhinhos» e o EP da Alvorada de 1956, «Incerteza», «Mar Largo», «Aquela Moça da Aldeia» e «Balada» e ainda o single da Orfeu, de 1969, «Menina dos Olhos Tristes» e «Canta Camarada».
No 10º aniversário da morte de José Afonso, em 1997, a EMI editou pela primeira vez em CD o primeiro álbum de Zeca, gravado para a Ofir em 1964 com o título Baladas e Canções. O álbum contém «Canção Longe», «Os Bravos», «Balada Aleixo», «Balada do Outono», «Trovas Antigas», «Na Fonte Está Lianor, «Minha Mãe», «Altos Castelos», «O Pastor de Bensafrim», «Canto da Primavera», «Elegia» e «Ronda dos Paisanos».
http://www.geocities.com/vilardemouros1971/joseafonso.htm

O Segredo:
Lei da atracção do Universo
Lei da Vibracção-tudo se movimenta.
Os nossos pensamentos são vibracções que emitimos ao Universo.Quando nos concentramos as vibrações são mais fortes e atraimos aquilo com que estamos em harmonia.
Dá-se ás pessoas o que realmente querem.As leis do Universo funcionam á milhares de anos.
Temos tendência para complicar e a vida não é assim tão complicada.Semear e colher,dar e receber.Ao darmos aprendemos a receber.A mudança requer esforço,por isso a maioria não quer mudar,não está disposta a investir tempo de estudo para se conhecer.Eu fui assim,era infeliz,pouco saudável,e sem dinheiro,mas mudei e nunca mais olhei para tráz.Podemos encontrar alguma coisa sobre nós na Ciência e na teologia.Devemos livrar-nos da ignorãncia,que leva á preoucupação e ao medo.O conhecimento constrói-se com compreensão e estudo,cria a fé e não o medo,só tememos o que não compreendemos.Temos capacidade para pensar sobre tudo o que queremos.A preoucupação e a duvida levam ao medo.Tornamos-nos naquilo em que primeiro pensamos em todas as areas da nossa vida.Criado pela mãe e avó sem o pai,não gostava de estudar,tinha uma atitude negativa com a aprendizagem,com 0 anos começou a ter sede de ler e aprender e não mais parou.Saltou de trabalho em trabalho,com pouco tempo em cada um,não era feliz,então conheceu alguem que pela primeira vez achou que tinha capacidades,e foi seu mentor,leu Napoleon Hill "Think and grow rich"(Pensa e enriquece),a sua vida mudou,tinha dividas e ganhava pouco,não tinha estudos,o livro levou-o a fixar objectivos e deu-lhe esperanças,deixou o emprego,fiz o que o livro dizia,escreveu as frases chave num cartão e andava com ele e lia-o sempre,abriu uma empreza de limpezas em Toronto e expandiu-a,passou a ter lucros,e atingiu 1 milhão de euros,tornou-se obcecado com leitura e estudos,lia tudo o que lhe passava pelas mãos encontrou leitura motivacional,Strangest Secret,teve + 2 mentores,Earl nightingale e LLoyd Conant,mudou-se para Chicago deixando o negócio de toronto,abrriu depois de trabalhar 5 anos numa,uma empresa de seminários,tinha vontade de ensinar o que aprendera,juntou as peças da informação acumulada ao longo dos anos,tudo se encaixou,conheceu o 4º mentor,Leland Van Vandewall ,percebi pela 1ª vez o quanto tinha ganho apesar das contrariadades,5º mentor Dr. Harry Roder.Revelação acção pela qual Deus faz reconhecer verdades,o conhecimento é revelador,a energia está presente em todo o lado,sabendo sobre nós descobrimos que tudo o que precisamos está acessivél,só precisamos de estar alerta,colocar-nos no mesmo nivél de vibração e mergulhar.
Temos a liberdade de escolher os nossos pensamentos,podemos escolher pensar o que queremos em vez do que não queremos,obriga a atenção diligente mas vale a pena.

Sem comentários:

Enviar um comentário