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terça-feira, 24 de junho de 2008

Sobredotados

Sobredotados podem sair do país devido a burocracia
18 06 2008 09.11H
Projecto da primeira escola para sobredotados criada por portugueses corre o risco de ser transferido para Espanha.
Patrícia Susano Ferreira pferreira@destak.pt
São aproximadamente 50 mil as crianças e jovens sobredotados em Portugal, no entanto, nem todos estão identificados e muito menos acompanhados no processo educativo, correndo assim o risco de entrarem na lista do insucesso escolar.
As crianças sobredotadas, com um QI superior a 130, representam 3% da população menor de 18 anos, sendo deste grupo que saiem a maioria dos génios da ciência, da arte e do desporto de todo o Mundo, segundo o Instituto da Inteligência.
Por isso, e «por haver casos em que o nível de inteligência é tão elevado que as crianças se sentem rejeitadas pelas outras e se desmotivam pelo estudo e muitas vezes até de viver», é que se tornou urgente a criação de escolas para pequenos talentos, defende o instituto.
Escola-piloto nasce em Portimão
A inexistência de estabelecimentos de ensino especificos para sobredotados em Portugal fez com que a Universidade da Criança, localizada no Algarve, avançasse, conjuntamente com o Instituto da Inteligência, para o projecto de criação de uma escola-piloto do 1º ciclo, a iniciar no próximo ano lectivo de 2008/09, em Portimão.
No entanto, «o projecto está em risco de ser suspenso visto que as dificuldades burocráticas e a incompreen-são do Ministério da Educação estão a atrasar o processo de legalização», disse o Instituto da Inteligência.
O Destak contactou o ministério de Maria de Lurdes Rodrigues para obter uma explicação para os atrasos burocráticos, o que não foi possível até à hora de fecho da edição.
Espanhóis interessados
A escola, de características inovadoras e pioneiras na Península Ibérica e até na Europa (em alguns aspectos), já suscitou o interesse de algumas entidades espanholas que, segundo o Instituto da Inteligência, podem vir a importá-lo.
Situação que «não deixaria de ser bizarra, embora não fosse invulgar em Portugal», acrescentou fonte do instituto, em comunicado ao Destak.

Todo o problema reside no sistema de ensino que está obsoleto. Não serve aos que têm problemas (ligeiras anomalias neurológicas, dilexias, disgrafias, etc.), aos que são sobredotados (uns 2% a 3% da população que é, indiscutivelmente, bafejada por um quociente cognitivo superior, o que está cientificamente comprovado) e depois os outros (uns mais, outros menos desenvolvidos) que também merecem um ensino à altura da inteligência humana. O sistema actual, que não se confina a Portugal, está desajustado da sociedade actual. Os modelos, os métodos, os instrumentos de ensino, a desmotivação, o stress (de profs e alunos), as escolas superlotadas, enfim, há um sem-número de factores a considerar. Conclusão: não me repugna que haja uma escola-piloto para sobredotados. Actualmente, numa sociedade altamente competitiva, é perfeitamente natural, talvez até se justifique. Sendo uma inciativa privada, não tenho nada a dizer. Que tenham bons resultados. E quanto ao resto, o Estado que faça uma boa supervisão e gestão dos nossos recursos!
A MONTEIRO (UNIVERSIDADE DO MINHO) 23.06.2008 18.08H

Eu sou sobredotado, embora não goste de rótulos. Andam aqui alguns animais a pastar que não fazem a mínima ideia do que estão a dizer, estão sempre preocupados com o pasto dos vizinhos, por isso têm que usar palas, para que o brilho alheio não lhes fira as vistas. Talvez não seja necessário haver escolas especiais para sobredotados, é necessário apenas, que haja tolerância e que os animais com palas, passem a portar-se com humanos. Eu, à semelhança de outros da minha "raça", não brilhei, porque cresci num ambiente onde os filhos estavam proibidos de brilhar; mas ainda não perdi a esperança de conquistar o meu lugar no pódio. Ser sobredotado, não é apenas ser mais inteligente, aliás, detesto testes de QI; é acima de tudo, ser mais Humano e mais aberto. Como diz o velho ditado: "O que se passa dentro de um convento, só sabe quem lá está dentro".
ULISSES 23.06.2008 15.54H

o verdadeiro sobredotado é aquele que se revelará em quaisquer circunstâncias. De outra forma, protegidos e alimentados com 'vitaminas diferentes' a maioria da população seria sobredotada.
FINGER-NAIL 20.06.2008 16.03H

Como acontece sempre, outros haverão de ter o que houvermos de perder. Só Portugal fica a perder com o desperdício dos talentos. O ensino que temos, propositadamente nivelador e igualitário, é inimigo da qualificação e da excelência. Quem se destacar é um alvo a abater. Era preciso organizar o ensino de maneira a que este fosse realmente uma máquina capaz de nos dar um país competitivo e seguro de si. Dar a cada um a resposta que as suas capacidades justificam.
MANUEL DE SÁ 20.06.2008 12.34H

As pessoas têm capacidades e ritmos de aprendizagem bem diferentes. Actualmente em Portugal, e pelo que me recordo das minhas próprias aulas (pré-faculdade) não há muitos anos atrás, a tendência é seguir ao ritmo dos "alunos especiais", que precisam de ouvir as coisas 50 vezes para perceberem, ou simplesmente assimilarem a ideia ainda que não tenham compreendido de todo o seu significado, levando as outras pessoas a distrairem-se com outras coisas ou perderem mesmo a paciência. Assim, não vejo porque não fundar uma escola que ajude, aqueles que têm uma rápida assimilação ou capacidade de produção, a desenvolver ainda mais essas capacidades e outras para as quais tenham propensão! Ajudem-nos e pode ser que um dia Portugal inteiro venha a beneficar disso, ou não ajudem e depois não se queixem de ver portugueses a terem imenso sucesso e ideias inovadores lá fora. Dá para ver que algumas pessoas que comentaram este texto nasceram apenas com um neurónio, e mesmo esse...morreu de solidão!
SISSI 19.06.2008 15.33H

Os senhores "comentadores" que dizem que a sobredotação é uma invenção dos psicólogos apenas revelam ignorância e desprezo por quem se dedica a estudar estas matérias e pelos técnicos e professores que trabalham com elas. Mais: É UM DESRESPEITO POR ESSAS CRIANÇAS. A sobredotação também não é uma matéria de agora. É uma área de investigação com mais de 50 anos. Informo também os leitores do DESTAK interessados que em Portugal o estudo da sobredotação tem sido feito por investigadores de universidades públicas tais como a UNIVERSIDADE DE COIMBRA, a UNIVERSIDADE DO MINHO, a UNIVERSIDADE DE LISBOA e outras. Além disso, a ANEIS, o Instituto da Inteligência e a Ass.Port.de C.Sobredotadas são entidades reconhecidas pela sua competência e experiência no estudo da sobredotação. Querer ignorar ou desprezar isto é falta de lucidez ou puro gozo. Finalmente, informo que o Ministério da Educação também reconhece a sobredotação pelo menos desde 1998. É desse ano a publicação CRIANÇAS E JOVENS SOBREDOTADOS - INTERVENÇÃO EDUCATIVA realizada pelo Departamento do Ensino Básico e onde se sugerem pistas aos professores do 1º, 2º e 3º ciclo. Por conseguinte, CALEM-SE!
A.R. MATOS (PROFESSOR DO 2º CICLO) 19.06.2008 12.33H

DOCUMENTO DO GOVERNO INGLÊS Não sendo a Inglaterra um país do Terceiro Mundo é de esperar que tenham um cuidado especial na Educação. Pois no site do Minsitério da Educação inglês há bastante informação sobre o ensino de sobredotados, incluindo um link para a associação nacional de crianças sobredotadas. Retirei este breve trecho para provar o que digo. The Young Gifted and Talented programme (YG&T) was set up in 2007 to provide support and opportunities for gifted and talented children aged 4 to 19, including those who were members of the former National Academy for Gifted and Talented Youth (NAGTY). The YG&T Learner Academy gives them the opportunity to participate in activities designed to stretch and challenge them through a range of online and face-to-face events. It also creates opportunities for gifted and talented students to meet and socialise with other young people with similar interests and outlooks. The YG&T website also provides information and links to other sources of support for parents, governors and those who work with gifted and talented children and young people. VEJAM ISTO AGORA: Every secondary school should have a trained Leading Teacher for Gifted and Talented Education. Leading Teachers in primary schools may work across a small cluster of schools. The Leading Teacher will work with the headteacher and senior managers to improve provision across the school(s). They will also work closely with other teachers to ensure that teaching and learning approaches ensure work is sufficiently challenging to meet the needs of all gifted and talented pupils on a day-to-day basis. EM QUE FICAMOS? Este é apenas um exemplo de como os sobredotados são reais e têm apoios dos próprios governos. O do Reino Unido é apenas um exemplo que fui agoar mesmo buscar ao site do Ministério da Educação daquela país. Por isso meus senhores, quando quiserem falar de sobredotação aprendam ou pesquisem muito bem, antes de escreverem fantasias!
M.RODRIGUES, DOUTORADA EM PSICOLOGIA 19.06.2008 02.12H

QUEM DISSE QUE NÃO HÁ SOBREDOTADOS? QUE IGNORÂNCIA! Alertaram-me para esta notícia, a qual não me incomoda nada e até aplaudo a coragem de se fundar uma escola-piloto para crianças sobredotadas. Já era tempo. Mais surpreendida$ fiquei com alguns comentários menos felizes oriundos de leitores que revelaram estar mal informados sobre a matéria e que decidiram dar livre curso aos seus pensamentos, alguns quase perfeitas idiotices. Desculpem lá esta franqueza. Por exemplo, afirmar que a sobredotação carece de confirmação científica é uma tremenda manifestação de ignorância por parte de quem a produziu. Não sabe mesmo nada do que fala. Também dizer que todas as crianças são sobredotadas é outro deslize. Isso é conversa de Osho e outros autores da moda para quem a inteligência tem um significado diferente daquele que a Ciência estuda. Já outro leitor disse, pelo contrário, que todas as crianças são sobredotadas. Boa! Se todas são sobredotadas então por que há crianças autistas, idiots-savants, Asperger e muitos outros com défices, por vezes profundos e irreversíveis? Talvez alguns leitores estejam a confundir os sobredotados com as crianças índigo - isso sim, matéria suspeita, carecendo de confirmação científica e credibilidade. No mesmo nível estão os outros disparates que também só podem partir de pessoas fora da área da sobredotação e da Psicologia Educacional, da Psicologia Evolutiva e da Psicologia do Desenvolvimento onde trabalham pessoas experientes que se interessam normalmente pelo tema. Devo dizer que numerosos psicólogos em todo o Mundo, incluindo Portugal, fazem teses de mestrado e de doutoramento tendo como tema central a sobredotação. Eu mesma, sendo psicóloga e tendo estudado no ISMAI (organismo de ensino superior reconhecido pelo Ministério da Educação) fiz estágio há vários anos no Instituto da Inteligência pelo que - aproveito já para o dizer - é uma cretinisse e quase difamatório o que um leitor insinuou sobre aquele instituto, o qual é constituído por licenciados de Psicologia e Neuropsicologia formados em universidades públicas portuguesas e estrangeiras. Aliás, fiquem os leitores sabendo que o Ministério da Educação, desde 1998 pelo menos, que reconhece a existência de crianças sobredotadas e tem psicólogos que acompanham o assunto. Tambérm vários psicólogos do Instituto da Inteligência estão certificados pelo Ministério da Educação para produzirem relatórios de exames a crianças sobredotadas. Aliás, o próprio Instituto da Inteligência tem realizado palestras sobre o assunto em escolas do Estado, tal como a A.N.E.I.S. e outras organizações fidedignas, devidamente reconhecidas e aceites. Ainda sobre a sobredotação aproveito para informar que psicólogos de grande nomeada como R. Sternberg, notável investigador e antigo presidente da Associação Americana de Psicologia (a maior do mundo) e Howard Gardner, conhecido neuropsicólogo e autor da teoria das Inteligências Múltiplas, têm, entre muitos outros cientistas, dado enormes contributos para a compreensão do tema. O mesmo o têm feito especialistas portugueses como o professor Leandro de Almeida, da Universidade do Minho e a dra. Helena Serra, directora da Escola Superior de Educação Paula Frassinetti (Porto) (entre outros nomes). Destaco também inatacáveis universidades como a da California, Yale e Harvard onde a sobredotação é tema frequente de investigação científica e de teses de doutoramento e pós-doutoramento. Mas voltemos ao princípio: uma coisa é mostrar ignorância sobre aquilo que se opina; outra é concordar ou não com uma escola própria para sobredotados. Pois esclareço que o tema também tem sido estudado a nível universitário em todo o mundo ocidental desde há mais de 50 anos! As escolas para sobredotados não são invulgares. Existem em países como o Canadá, o Reino Unido e os Estados Unidos, por exemplo, estão reconhecidas pelos respectivos governos e, por conseguinte, qual é o problema? Em muitos casos é bastante preferível que as crianças sobredotadas tenham uma educação própria. Os estudos existentes na comunidade científica confirmam-no. Enfim, a educação é um campo vasto e por isso é natural que qualquer pessoa deseje expor as suas ideias. Mas, curiosamente, é o sector da sociedade que geralmente mais demora a evoluir e a inovar. O famoso estudioso de gestão P.Kotler já escrevia em 1996 que geralmente o sistema de ensino demora 30 anos a aceitar uma inovação de forte impacto. As resistências são sempre muito fortes e sabem de onde partem geralmente? Dos pais e dos professores! Por isso é que o Ensino produz tanto insucesso escolar e tanta desmotivação sendo o menos produtivo. Se não estão ainda satisfeitos com a minha resposta estou pronta para vos encher de referências ainda mais rigorosas. Passem bem e sejam mais auto-críticos antes de criticarem e até desrespeitarem quem não conhecem.
M.RODRIGUES, DOUTORADA EM PSICOLOGIA 19.06.2008 01.41H

Escola para sobredotados (Algarve) Equipa de professores, psicólogos e outros técnicos pronta para o trabalho! Projecto suscita interesse em Espanha! . As crianças sobredotadas são uma mais valia em qualquer nação....desde que sejam reconhecidas, apoiadas e acarinhadas. Infelizmente, em Portugal muito se fala, pouco se faz. Desenvolver talentos é um ponto estratégico para qualquer país. Não é por acaso que nos Estados Unidos, na Europa Central, India e principalmente nos países desenvolvidos da Ásia há uma intensa procura “pelo talento”. Num país como o nosso - com uma grande maioria da população escolar “subnutrida” e refém de um ensino público de qualidade questionável - as iniciativas que valorizam os talentos podem evitar que estes sigam por descaminhos e se venham a tornar “génios do mal”. O ensino particular é certamente a expressão concreta da existência da liberdade de aprender e de ensinar e do direito da família a orientar a educação dos seus filhos. Na verdade, o artigo 43.º da nossa Constituição dispõe que "é garantida a liberdade de aprender e ensinar", que "o Estado não pode programar a educação e a cultura segundo quaisquer directrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas", que "o ensino público não será confessional" e que "é garantido o direito de criação de escolas particulares e cooperativas". Mais sucede que em conformidade com o disposto nos artigos 74º e 75º da Constituição da República Portuguesa, o Estado deve assegurar o ensino básico universal, obrigatório e gratuito, para garantir o direito ao ensino com garantia do direito à igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolares. Se estas verdades são indiscutíveis, a questão que tem levantado mais "angústias" é a de saber até onde deve ir o Estado nesta sua obrigação de assegurar o direito ao ensino e o direito da família "a orientar a educação dos nossos filhos". Principalmente se a mesma exige cuidados e atenção especiais. . Sobredotados para o Futuro O século XXI está a revelar-se como todos já prevíramos: complexo, imprevisível e ambíguo. Mais do que em qualquer outra época anterior. Todos necessitamos de estar preparados para desafios pessoais, sociais e profissionais para enfrentar as grandes mudanças que estamos a assistir. No futuro próximo ou no longínquo não haverá lugar para hesitações. O risco é uma realidade cada vez mais omnipresente. A única defesa é estarmos preparados. E isto implica inteligência, flexibilidade, formação constante. Isto implica liberdade de aprender e de ensinar. À luz dos conhecimentos que hoje possuímos sobre o funcionamento do cérebro como um todo, a escola tradicional apresenta muitas heresias biológicas, fisiológicas e psicológicas, isto é, verdadeiros contra-sensos em relação ao que é o ser humano como um todo. Heresias morais também porque quantas vezes essa escola não matou vocações e, em quantas pessoas não deixou bloqueios para o resto da vida? A combinação das ciências do comportamento com as neurociências produz o campo da Psiconeurolinguística e a Emotologia, cuja aplicação ao ensino se chama Emotopedia. A idéia antiga de que "a educação prepara para a vida" é substituída por "a educação é vida" e a escola deve ser um laboratório e não um auditório. A principal finalidade da educação deve ser de desenvolver as capa­cidades das pessoas em situação de aprendizagem como elemento de auto-realização e, não, "transmitir conhecimentos.” O professor não deve ser, necessariamente, um erudito, "aquele que sabe tudo", encarregado de "moldar a inteligência" e "encher a cabeça" da pessoa de conhecimentos dos quais ela, um dia, talvez "poderá vir a precisar". Vivemos numa sociedade cada vez mais exigente. As nossas crianças entram cedo na escola e ali permanecem durante anos. Vivem num stress constante entre a casa e as salas de aula. Há quem afirme que elas estão cada vez mais inteligentes. Mas a verdade é que o insucesso e o abandono escolares atingem números muito preocupantes. Na verdade, algo vai mal na educação. Estamos a perder o melhor da inteligência de nossos filhos porque a educação familiar e a escola não apostam no despertar das capacidades do pensamento das crianças. Continuam a forçar aprendizagens académicas excessivas e por vezes obsoletas nada fazendo para ajudá-las a melhorar a capacidade de pensar nas suas diferentes versões. Na escola aprendem muitas datas, nomes, fórmulas e teorias. Mas onde aprendem a raciocinar? Onde aprendem a ter sentido crítico? Onde aprendem a julgar? Em síntese: onde aprendem a tirar partido da maravilha da inteligência? Desrespeito pela inteligência? As crianças com elevados potenciais, vulgo “sobredotadas”, precisam mais do que ninguém de aprender a tirar o máximo partido da sua inteligência ao se revelarem nas suas capacidades, habilidades e talentos. Em Portugal elas são “protegidas” pela lei. Destaca-se o decreto-lei n.º 50/2005, de 9 de Novembro, cujo artigo 5º prevê que as mesmas possam beneficiar, nas escolas, de um plano de desenvolvimento que individualize o currículo e as estratégias pedagógicas no quotidiano escolar. Há, no entanto, que atender urgentemente ao facto de, o decreto-lei n.º 319/91 (que previa a antecipação da entrada no ensino regular, isto é, as crianças precoces podiam entrar, um ano mais cedo, no início da escolaridade), ter sido revogado. Isto implicaria que a legislação que o substitui previsse tal medida, o que não sucedeu, isto é, o decreto-lei n.º 3/2008 de 7 de Janeiro não prevê essa possibilidade, pelo que neste momento se verifica uma lacuna a colmatar. O Ministério da Educação, em documentos publicados, tem assumido, teoricamente, esta problemática: "Sobredotação constitui a expressão de um conjunto de factores interactuantes que resultam na manifestação de um desempenho saliente. (...) 0 ambiente educativo em que se processa o desenvolvimento das crianças e, particularmente, a escola, joga um papel decisivo na sobredotação, cabendo-lhe a responsabilidade de criar oportunidade e experiências de aprendizagem favoráveis ao desenvolvimento e expressão da sobredotação. (...) A atenção às diferenças individuais e ao contexto de aprendizagem implica uma flexibilização da organização escolar, das estratégias de ensino, da gestão dos recursos e do curriculo, por forma a proporcionar o desenvolvimento maximizado de todos, de acordo com as caracteristicas pessoais e as necessidades individuais de cada um. (...) Uma das maiores dificuldades que decorre da operacionalização destes principios, no contexto de cada escola, diz respeito a concretização de um ensino diferenciado e a planificação e gestão dos recursos humanos e técnicos disponiveis para lhe dar coerencia e viabilidade. O ajustamento da qualidade das respostas educativas produzidas pela escola relativamente aos alunos sobredotados poderá contribuir para a construção de uma prática pedagógica mais centrada nas particularidades psicológicas, sociais, cognitivas, que fazem de cada criança e jovem um sujeito único, cujo direito à diferença e a valorização das suas potencialidades e competências deverá constituir a finalidade central do sistema educativo (in Crianças e Jovens Sobredotados: Intervenção Educativa, ME-DEB, 1998). No entanto, muitos pais portugueses estão angustiados com a falta de respostas do sistema de ensino que vigora no país. Muito poucos estão orientados e apoiados, dando um suporte adequado aos filhos. É verdade que os professores e educadores estão cada vez mais despertos para esta forma de diversidade e para as necessidades destes alunos e que a gestão das escolas vem desenvolvendo esforços para apoiar as diferentes formas de diversidade, todavia, quanto aos alunos sobredotados, as dificuldades de actuação mantem-se e são multiplas. Em nosso entender, as crianças sobredotadas apresentam Necessidades Educativas Especiais, por isso necessitam de respostas diversificadas que passam pela flexibilização e adequação curricular e por uma efectiva diferenciação de métodos e estratégias educativas. Para tentar combater o problema, o Ministério da Educação brasileiro, por exemplo, destinou milhões para a criação dos Núcleos de Actividade de Altas Habilidades/Sobredotação em todos os Estados do Brasil. A idéia é a de capacitar professores e financiar equipamentos para que as crianças talentosas das escolas públicas tenham oportunidade de se desenvolver. É a primeira iniciativa desta natureza na esfera pública. Em Portugal existem esforços “na esfera privada” para a colocação, em cada agrupamento escolar, de uma dupla composta por um psicólogo e um pedagogo para acompanhar os casos “que vão surgindo”....Convenhamos que é manifestamente pouco! Dificuldades burocráticas atrasam processo A Universidade da Criança, um instituição gerida pela Associação Nacional de Pedagogia da Universidade da Criança, composta por professores, educadores, psicólogos e outros profissionais da área do ensino e da psicologia, abraçou, em 2008, em parceria com o Instituto da Inteligência, um projecto inédito em Portugal: uma escola do 1.º Ciclo do ensino básico para crianças com altas habilidades e elevados potenciais com os “Projectos Leonardo Da Vinci e Albert Einstein”. Um projecto piloto que pretende iniciar com dois grupos de crianças do 1.º ano do 1.º ciclo do ensino básico no próximo ano lectivo 2008/2009. No entanto, os entraves de ordem burocrática e técnica estão a ser imensos pelo que se torna urgente alertas a sociedade! E há uma pergunta que se deve fazer: uma vez o Estado não consegue dar resposta às Necessidades Educativas Especiais de crianças e jovens sobredotados como é que se explicam as dificuldades colocadas à iniciativa privada e ao ensino particular? A Universidade da Criança precisa de ajuda. Ajuda para concretizar o seu projecto. A instituição tem o dinheiro que precisa, tem as instalações quase prontas, tem os profissionais competentes, tem o amor e a dedicação que uma obra desta envergadura pressupõe, mas o seu projecto não está a mercer o respeito e o apoio por parte do Ministério da Educação e de seus técnicos. Por desconhecimento? Por falta de visão? Seria inadmissível por parte de quem "gere" a educação académica!!
UNIVERSIDADE DA CRIANÇA, PORTIMÃO. 18.06.2008 20.43H


“Os maiores talentos estão, muitas vezes, escondidos.” Titus M. Plautus, dramaturgo latino (aprox. 250-184 A.C.) Quando os pais e os professores desejam saber mais sobre “talentos especiais”, a sua primeira pergunta é quase sempre esta: “Como é que se sabe se uma criança é “sobredotada?” – O melhor da turma é também, por norma, “sobredotado”? O que se passa com a criança que aos quatro anos aprendeu a ler sozinha? É possível que determinado aluno brilhante nas áreas da matemática e das ciências da natureza, mas que não se destaque na parte linguística, possa ser considerado “sobredotado” ou não? Os pais e os professores gostariam de ter um manual que lhes permitisse saber como detectar uma criança sobredotada. Este desejo é compreensível. Por isso, nas orientações relativas ao tema “Sobredotação” são referidas as chamadas “listas de controlo” nas quais se encontram características consideradas típicas de crianças sobredotadas, como por exemplo: 1. Características de aprendizagem e de raciocínio que podem indicar “sobredotação”: - conhecimentos profundos em algumas áreas - vocabulário invulgar para a idade - discurso expressivo, elaborado e fluente - grande capacidade para memorizar factos rapidamente - compreensão exacta das relações causa/efeito - busca intensiva de semelhanças e diferenças - facilidade em reconhecer os princípios básicos em exercícios difíceis - capacidade especial para facilmente fazer inferências - extraordinárias capacidades de observação - leitura de muitos livros por mote próprio; preferência por livros que se destinem a uma faixa etária claramente superior à sua - pensamento crítico, independente e válido 2. Atitude perante o trabalho e interesses que podem indicar “sobredotação”: - evidenciar-se em determinados problemas - esforço por resolver sempre totalmente os exercícios - tédio perante as tarefas de rotina - perfeccionismo - autocrítica - postura crítica em relação ao próprio ritmo ou resultado - preferência por trabalhos independentes para ter tempo suficiente para raciocinar sobre um problema - estabelecimento de elevados objectivos de desempenho e resolução de tarefas (auto)impostas com o mínimo de orientação e ajuda um adulto - interesse por muitos “temas de adultos”, como sejam religião, filosofia, política, questões ambientais, sexualidade, justiça no mundo (etc.) 3. Características do comportamento social que podem indicar “sobredotação”: - preocupação com termos como justo/injusto, bom/mau e prontidão de se rebelar contra as autoridades, por exemplo - individualismo - aceitação das opiniões das autoridades só depois de um juízo crítico - capacidade para assumir responsabilidades e confiança no planeamento e na organização - escolha de amigos com as mesmas capacidades, frequentemente mais velhos - tendência para tomar decisões rápidas - empatia e mente aberta em relação a problemas políticos e sociais O meu filho é sobredotado? Quando os pais observam repetidamente que o seu filho mostra peculiaridades e reacções que até em crianças mais velhas seriam surpreendentes, é compreensível que se questionem se não será ele sobredotado. As experiências como as que tiveram, p. ex., em pontos de aconselhamento especiais para responder a dúvidas acerca de sobredotação, tornam clara a motivação dos pais. Os pais tornaram-se inseguros por repararem que muitas das suas formas bem sucedidas de lidar com outras crianças (irmãos e amigos da criança) não são, frequentemente, de todo, adequadas para esta criança em particular. Só querem saber qual é a melhor forma que eles, o infantário ou a escola têm para avaliar o seu filho e se o comportamento invulgar poderá ter, de facto, a ver com a “sobredotação”. Nalguns poucos casos, por detrás da pergunta dos pais que querem saber se o seu filho é sobredotado, está a ideia de que a sobredotação é uma coisa muito especial, como se uma criança sobredotada fosse melhor do que qualquer outra. Esta ideia encerra uma série de riscos em si; se os pais receberem resposta positiva ou se se convencerem disso, isso pode levar a um sentimento de superioridade, que possivelmente passará para a criança. Esta criança e a sua família serão vistos pelos outros como arrogantes e altivos. Mas felizmente essa ideia é muito rara. Um inquérito feito a pais encomendado por uma revista europeia da especialidade há alguns anos atrás concluiu que 83 % dos inquiridos não gostariam de ter um filho sobredotado e apenas 13 % mostraram ter esse desejo. Pelas perguntas dos pais, cada vez mais se torna evidente que há uma certa insegurança quanto ao facto de os sobredotados serem especialmente vulneráveis a problemas e a correrem riscos na escola ou com as crianças da mesma idade com quem lidam, ou de tudo se tratar simplesmente de uma dádiva que faz com que tenham uma melhor preparação para a vida. Nem todos os sobredotados são iguais. Quase não se pode falar em sobredotados, pois eles divergem tanto entre si quanto a personalidade e desenvolvimento como os normalmente dotados. Por essa razão falamos de crianças e jovens com altas habilidades e elevado potencial. Há várias pesquisas que seguem o desenvolvimento de sobredotados desde a infância até à idade adulta. Provavelmente, a mais conhecida e primeira pesquisa é o estudo do psicólogo Lewis Terman em 1.528 crianças sobredotadas na Califórnia/E.U.A; dessas, 856 eram rapazes e 672 eram raparigas. Este estudo começou em 1921 e os participantes foram sujeitos a questionários e pesquisas até à terceira idade. A vantagem de uma pesquisa com esta abrangência reside no facto de se poder observar o desenvolvimento dos sobredotados ao longo de várias fases da vida. Pode, assim, pesquisar-se quais os factores que influenciam este desenvolvimento e como virão a ser os sobredotados na escola e na vida profissional. No geral, as pessoas pesquisadas por Terman tiveram um desenvolvimento positivo: Conseguiram desempenhos na escola e nos estudos acima da média e uma percentagem, maior do que o normal, do grupo trabalhou mais tarde numa profissão altamente especializada. Terman registou também, no seu grupo de sobredotados, entre outras coisas, um melhor estado de saúde e uma menor percentagem de pessoas com problemas emocionais e distúrbios da personalidade comparativamente com a média da população. Os críticos argumentam, contudo, que o grupo pesquisado não era representativo. Terman recrutou, predominantemente, os seus participantes da classe média-alta, ou seja, de famílias com maiores rendimentos e, muitas vezes, com melhor formação do que a média americana. Por isso, não é claro que parte do sucesso e da boa saúde física e mental das pessoas pesquisadas se pode atribuir a sobredotação e que parte se pode atribuir a muitos outros factores, como sejam a proveniência social. Esta e outras pesquisas mais recentes mostram que é difícil falar de um desenvolvimento típico de um sobredotado. Há sobredotados que parecem ter tudo sem esforço, há outros que se desenvolvem tardiamente e, outros ainda, que nunca tiveram qualquer oportunidade, ou que não puderam desenvolver o seu potencial. Muitos sobredotados transformaram-se em especialistas ou em adultos extraordinariamente criativos; outros não se destacam, na sua actividade profissional, dos restantes adultos com dotação média. Os factores que facilitam um desenvolvimento positivo dos sobredotados são, por exemplo, um ambiente em que haja amor e desafios nos primeiros anos, um estímulo precoce, adequado e direccionado, modelos, estabelecimento de objectivos, confiança nas próprias capacidades ou a aquisição de conhecimentos, incluindo os técnicos, necessários para o desenvolvimento profissional. Resumindo, podemos afirmar que os sobredotados passam por um desenvolvimento emocional normal e, no geral, não correm mais riscos do que os normalmente dotados. Contudo, há particularidades que, em determinadas circunstâncias, exigem uma atenção especial.
UNIVERSIDADE DA CRIANÇA, PORTIMÃO 18.06.2008 20.36H

Raramente uma criança sobredotada se vem a tornar num grande cientista, arquitecto ou artista de génio. Isso é falso. Os desajustes psico-sociais e organizacionais perante a sociedade maioritária que os envolve, impede que a maioria deles se distinga em adultos.
JÚLIA 18.06.2008 12.22H

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