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segunda-feira, 16 de junho de 2008

José Saramago

José Saramago
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
José de Sousa Saramago (Azinhaga, 16 de Novembro de 1922), nome completo de José Saramago, é um escritor, roteirista, jornalista e poeta português galardoado em 1998 com o Nobel da Literatura. Também ganhou o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Nasceu na província do Ribatejo, no dia 16 de novembro, embora o registo oficial apresente o dia 18 como o do seu nascimento. Saramago, conhecido pelo seu ateísmo e iberismo, é membro do Partido Comunista Português e foi director do Diário de Notícias. Juntamente com Luís Francisco Rebello, Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC).Casado com a espanhola Pilar del Río, Saramago vive actualmente em Lanzarote, nas Ilhas Canárias
Biografia
Saramago nasceu numa aldeia do Ribatejo, chamada Azinhaga. De uma família de pais e avós pobres. A vida simples, transcorrida em grande parte em Lisboa, para onde a família se muda em 1924 – era um menino de apenas 2 anos de idade – impede-o de ingressar em uma universidade, apesar do gosto que demonstra desde cedo pelos estudos. Para garantir o seu sustento, formou-se em uma escola técnica. Seu primeiro emprego foi como mecânico de carros. Entretanto, fascinado pelos livros, à noite visitava com grande freqüência a Biblioteca Municipal Central - Palácio Galveias na capital portuguesa.
Autodidata, aos 25 anos publica o primeiro romance Terra do pecado (1947), mesmo ano de nascimento de sua filha, Violante, fruto do primeiro casamento com Ilda Reis – com quem se casou em 1944 e permaneceu até 1970 - nessa época, Saramago era funcionário público; em 1988, se casaria com a jornalista e tradutora espanhola María del Pilar del Río Sánchez, que conheceu em 1986, ao lado da qual continua a viver. Em 1955, começa a fazer traduções para aumentar os rendimentos – Hegel, Tolstói e Baudelaire, entre outros autores a quem se dedica.
Depois de Terra do Pecado, Saramago apresenta a seu editor o livro Clarabóia, que, rejeitado, permanece inédito até hoje. Saramago persiste nos esforços literários e, 19 anos depois – então funcionário da Editorial Estudos Cor - troca a prosa pela poesia e lança Os poemas possíveis. Em um espaço de cinco anos, depois, publica sem alarde mais dois livros de poesia, Provavelmente alegria (1970) e O ano de 1993 (1975). É quando troca também de emprego, abandonando a Estudos Cor para ingressar nos jornais Diário de Notícias, depois no Diário de Lisboa. Em 1975, retorna ao Diário de Notícias como diretor-adjunto, onde permanece por dez meses, até 25 de novembro do mesmo ano, quando os militares portugueses intervêm na publicação (reagindo ao que consideravam os excessos da Revolução dos Cravos) demitindo vários funcionários. Demitido, Saramago resolve dedicar-se apenas à literatura, substituindo de vez o jornalista pelo ficcionista: “(...) Estava a espera de que as pedras do puzzle do destino – supondo-se que haja destino, não creio que haja – se organizassem. É preciso que cada um de nós ponha a sua própria pedra, e a que eu pus foi esta: “Não vou procurar trabalho”, disse Saramago em entrevista à revista Playboy, em 1988[1].
Da experiência vivida nos jornais, restaram quatro crônicas: Deste mundo e do outro, 1971, A bagagem do viajante, 1973, As opiniões que o DL teve, 1974 e Os apontamentos, 1976. Mas, não são as crônicas, nem os contos, nem o teatro os responsáveis por fazer de Saramago um dos autores portugueses de maior destaque - missão reservada a seus romances, gênero a que retorna em 1977.
Três décadas depois de publicado Terra do pecado, Saramago retorna ao mundo da prosa ficcional com Manual de pintura e caligrafia. Mas, ainda não foi aí que o autor definiu o seu estilo. As marcas características do estilo saramaguiano só apareceriam com Levantado do chão (1980), livro no qual o autor retrata a vida de privações da população pobre do Alentejo.
Dois anos depois de Levantado do chão (1982) surge Memorial do convento, livro que conquista definitivamente a atenção de leitores e críticos. Nele, Saramago mistura fatos reais com personagens inventados: o rei D. João V e Bartolomeu de Gusmão, com a misteriosa D. Blimunda e o operário Baltazar, por exemplo.
De 1980 a 1991, o autor traz a lume mais quatro romances que remetem a fatos da realidade material, problematizando a interpretação da "história" oficial: O ano da morte de Ricardo Reis (1984) - sobre as andanças do heterônimo de Fernando Pessoa por Lisboa; A jangada de pedra (1986) - quando a Península Ibérica solta-se do resto da Europa e navega pelo Atlântico; História do cerco de Lisboa (1989) - onde um revisor é tentado a introduzir um "não" no texto histórico que corrige, mudando-lhe o sentido; e O Evangelho segundo Jesus Cristo (1991) - onde Saramago reescreve o livro sagrado sob a ótica de um Cristo humanizado, (sua obra mais controvertida).
Nos anos seguintes, entre 1995 e 2005, Saramago publicará mais seis romances, dando início a uma nova fase em que os enredos não se desenrolam mais em locais ou épocas determinados e personagens dos anais da história se ausentam: Ensaio sobre a cegueira (1995); Todos os nomes (1997); A caverna (2001); O homem duplicado (2002); Ensaio sobre a lucidez (2004); e As intermitências da morte (2005). Nessa fase, Saramago penetra de maneira mais investigativa os caminhos da sociedade contemporânea.

[editar] Obra
Dificílimo acto é o de escrever, responsabilidade das maiores.(...)Basta pensar no extenuante trabalho que será dispor por ordem temporal os acontecimentos, primeiro este, depois aquele, ou, se tal mais convém às necessidades do efeito, o sucesso de hoje posto antes do episódio de ontem, e outras não menos arriscadas acrobacias(...)
Saramago, A jangada de pedra, 1986
Saramago é conhecido por utilizar frases e períodos compridos, usando a pontuação de uma maneira não convencional. Os diálogos das personagens são inseridos nos próprios parágrafos que os antecedem, de forma que não existem travessões nos seus livros: este tipo de marcação das falas propicia uma forte sensação de fluxo de consciência, a ponto do leitor chegar a confundir-se se um certo diálogo foi real ou apenas um pensamento. Muitas das suas frases (i.e. orações) ocupam mais de uma página, usando vírgulas onde a maioria dos escritores usaria pontos finais. Da mesma forma, muitos dos seus parágrafos ocupariam capítulos inteiros de outros autores. Apesar disso o seu estilo não torna a leitura mais difícil, os seus leitores habituam-se facilmente ao seu ritmo próprio.[carece de fontes?]
Estas características tornam o estilo de Saramago único na literatura contemporânea: é considerado por muitos críticos um mestre no tratamento da língua portuguesa. Em 2003, o crítico norte-americano Harold Bloom, em seu livro Genius: A Mosaic of One Hundred Exemplary Creative Minds ("Génio: um mosaico de cem mentes criativas exemplares"), considerou José Saramago "o mais talentoso romancista vivo nos dias de hoje" (tradução livre de the most gifted novelist alive in the world today), referindo-se a ele como "o Mestre". Declarou ainda que Saramago é "um dos últimos titãs de um género literário que se está desvanecendo".

Dentre as premiações destacam-se o Prêmio Camões (1995) - distinção máxima oferecida aos escritores de língua portuguesa; o Prêmio Nobel de Literatura (1998) - o primeiro concedido a um escritor de língua portuguesa.

[editar] Polémicas
A carreira de Saramago tem sido acompanhada de diversas polémicas. As suas opiniões pessoais sobre religião ou sobre a luta internacional contra o terrorismo são discutidas e algumas resultam mesmo em acusações de diversos quadrantes. Logo após a atribuição do Prémio Nobel, o Vaticano repudiava a atribuição da honraria a um "comunista inveterado".
O livro "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" foi adaptado para o teatro em 2001. A peça foi motivo de crítica ferrenha por parte de grupos religiosos que consideram a obra uma ofensa à Igreja.

[editar] Críticas a Israel e acusações de anti-semitismo
Um caso que tem tido alguma repercussão relaciona-se com a posição crítica do autor em relação à posição de Israel no conflito contra os palestinianos. Por exemplo, a 13 de Outubro de 2003, numa visita a São Paulo, em entrevista ao jornal O Globo, afirmou que os Judeus não merecem a simpatia pelo sofrimento por que passaram durante o Holocausto... Vivendo sob as trevas do Holocausto e esperando ser perdoados por tudo o que fazem em nome do que eles sofreram parece-me ser abusivo. Eles não aprenderam nada com o sofrimento dos seus pais e avós. A Anti-Defamation League (ADL) (Liga Anti-Difamação), um grupo judaico de defesa dos direitos civis, caracterizou estes comentários como sendo anti-semitas. Segundo as palavras de Abraham Foxman, director da ADL, "os comentários de José Saramago são incendiários, profundamente ofensivos e mostram uma ignorância destes assuntos, o que sugere um preconceito contra os Judeus".
Em defesa de Saramago, diversos autores afirmam que ele não se insurge contra os judeus, mas contra a política de Israel, como, por exemplo, num artigo publicado a 3 de Maio de 2002 no jornal Público, onde, comparando o actual conflito com a cena bíblica de David e Golias, o autor diz que David, representando Israel, "se tornou num novo Golias" e que aquele "lírico David que cantava loas a Betsabé, encarnado agora na figura gargantuesca de um criminoso de guerra chamado Ariel Sharon, lança a "poética" mensagem de que primeiro é necessário esmagar os palestinos para depois negociar com o que deles restar".

[editar] Integração de Portugal numa Federação Ibérica
Em entrevista ao jornal Diário de Notícias em 15 de Julho de 2007, Saramago afirmou que a integração entre Espanha e Portugal é uma forte probabilidade e que os portugueses só teriam a ganhar se Portugal fosse integrado na Espanha, país no qual se auto-exilou (na seca e lunar ilha de Lanzarote) e que viu como seu a atribuição do Nobel da Literatura. [1].
A ida para Lanzarote conta mais sobre o escritor do que deixa transparecer a justificativa corrente (a medida censória portuguesa). Com o gesto de afastamento rumo à ilha mais oriental das Canárias, Saramago não apenas protesta ante o cerceamento, como finca raízes num local de geografia inóspita (trata-se de uma ilha vulcânica, com pouca vegetação e nenhuma fonte de água potável). A decisão tem um caráter revelador, tanto mais se se levar em conta que, neste caso, “mais oriental” significa dizer mais próximo de Portugal e do continente europeu.
Mesmo em dias de hegemonia do pensamento pró-mercado, Saramago guarda um olhar abrigado em uma ilha européia mais próxima da África que do velho centro da civilização capitalista. Sempre atento às injustiças da era moderna, vigilante das mais diversas causas sociais, Saramago não se cansa de investir, usando a arma que lhe coube usar, a palavra. “Aqui na Terra a fome continua, / A miséria, o luto, e outra vez a fome.”, diz o eu lírico do poema saramaguiano “Fala do velho do Restelo ao astronauta” (do livro Os poemas possíveis, editado em 1966).
[editar] Cronologia da atribuição de um prémio Nobel
Setembro de 1997 - A agência publicitária sueca, Jerry Bergström AB, de Estocolmo, contratada pelo ICEP - (orgão estatal português para a promoção do comércio e turismo nacional), organizou uma visita de José Saramago a Estocolmo, incluindo:
Um seminário na Hedengrens, a principal cadeia de livrarias sueca
Discurso na Universidade de Estocolmo
Várias entrevistas a jornais, revistas e rádios suecas
Nesses mesmos dias, a televisão estatal sueca produziu um programa especial dedicado a Saramago
Outubro de 1997 - A Feira Internacional do Livro de Frankfurt tem neste ano Portugal como país em destaque
10 de Dezembro de 1998 - Saramago recebe o Prémio Nobel em Estocolmo
Segundo o "Diário de Notícias", o director da empresa sueca Jerry Bergström AB afirmou: "Portugal nunca tinha tido um Prêmio Nobel e uma parte de nossa missão consistia em mudar essa situação".
Comentando esta atribuição, Sture Allén, então secretário da Academia Sueca, negou que a decisão tenha sido afectada por "campanhas publicitárias, comentários de académicos ou escritores, ou qualquer outro tipo de pressão".
Contradizendo Allén, Knut Ahnlund e Lars Gyllensten, membros da academia afirmaram que seria ridículo afirmar que os membros da academia sejam "imunes a agências publicitárias".
Segundo o Dagens Nyheter haveria provas de que uma campanha semelhante foi organizada pela Alemanha.
Knut Ahnlund, membro da academia sueca, foi crítico da atribuição do prémio Nobel a Saramago, que segundo ele foi o culminar de uma campanha profissional de relações públicas.


Saramago: Cavaco quis mesmo dizer 'dia da raça' O Nobel da Literatura disse hoje que Cavaco Silva pensa mesmo que o Dia de Portugal deveria chamar-se "dia da raça". Para o escritor, a expressão da discórdia, não foi um "deslize", nem uma "gaffe".Na política "não há deslizes, não há 'gaffes'. Aquilo que se diz é aquilo que se pensa. Que depois se reconheça que foi mal e que se lhe chamemos de deslize e 'gaffe' para justificar ou desculpá-lo, nós já sabemos que isso se faz. Mas se ele disse “dia da raça” é porque pensa efectivamente que este dia se deveria chamar “dia da raça”, embora não ouse fazer isso", sustentou José Saramago à RR. As declarações do Nobel da Literatura foram expressas no programa "Diga Lá Excelência", da rádio Renascença e do jornal “Público”, sobre a polémica declaração do Chefe de Estado a propósito da designação do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades portuguesas A expressão foi proferida em Viana do Castelo, um dia antes das comemorações oficiais do 10 de Junho. Questionado sobre a crise dos combustíveis, referindo-se ao Dia de Portugal, Cavaco Silva preferiu assinalar "acima de tudo, a raça, o dia da raça, o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas". A expressão, usada no Estado Novo caiu mal junto da Oposição. Os bloquistas chegaram mesmo a pedir uma explicação aos portugueses. Cavaco Silva optou pelo silêncio, mas questionado ontem na Expo 2008, em Saragoça, sobre o mau-estar provocado pela expressão usada, o presidente preferiu dizer não fazer comentários a propósito da "política interna, politiquices, nem sobre fait-divers. Toda essa matéria fica para o nosso próprio país".
so, Domingo 15, às 13:11 From:Aeiou.pt

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