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domingo, 4 de maio de 2008

Arthur Rimbaud(1854-1891)

Notas Biográficas:

"Não vos posso dar uma morada, porque ignoro onde estarei pessoalmente nos próximos tempos, porque caminhos andarei, e por onde, e por quê, e como!" (Rimbaud aos seus, Aden, 5 de Maio de 1884)
Jean Nicholas Arthur Rimbaud, poeta francês nasceu em Charleville, nas Ardennes, em 20 de outubro de 1854. Aluno brilhante, que se distinguia na composição de versos latinos, foi encorajado nas suas primeiras experiências poéticas pelo seu professor de retórica. A sua personalidade rebelde não o deixaria suportar bem as condicionantes da vida familiar e provinciana: depois de várias fugas, este menino – prodígio, reconhecido pelo seu "Bateau ivre", "desembarca" em 1871 em Paris a convite de Verlaine. Esta ligação tumultuosa entre os dois poetas acabaria em drama: ferido pelo seu amante, que Rimbaud queria abandonar, ele experimenta a dor de um sonho perdido do qual "Une saison en enfer" (1873) é um sofrido testemunho. Rimbaud tornar-se-ia um vagabundo solitário, escrevendo diversos poemas em prosa ("Illuminations, 1874-1876), e acabando por partir em 1880 para Aden. Rimbaud descreveria Aden na carta enviada para sua irmã Isabelle, quando ela demonstrou sua intenção de vistá-lo:"Nem pense nisso: vocês nem podem imaginar que lugar é esse. Não existe nem uma árvore, nem mesmo seca, nenhum ramo de planta, nenhuma água doce. Bebemos apenas água destilada do mar. Aden é uma cratera de vulcão, cercada por muralhas que impedem a circulação do ar. Ardemos no fundo deste buraco como num forno de cal!" Durante dez anos, o poeta erra pelo deserto, da Etiópia ao Egipto, tendo cessado completamente de escrever e abandonando-se a todo o tipo de comércios. Repatriado para França para tratar o tumor no joelho de que padecia, amputar-lhe-iam uma perna em Marselha, onde morreria pouco depois, em 10 de novembro de 1891. ..........................................................................................................

Um mau-aspecto "absolutamente moderno", o de Arthur. Casaco e calças de ganga coçada, um saco descuidadamente pendurado ao ombro, a pose um pouco para o desleixado, com a marca de uma fadiga que impôs a estrada e da eterna insolência da juventude. O Rimbaud das serigrafias de Ernest Pignon-Ernest coladas nas paredes das cidades.


Canção da mais alta torre

Tradução de Daniel Fresnot

Ociosa juventude
A tudo oprimida,
Por delicadeza
Perdi minha vida.
Ah! Que venha o dia
Em que os corações se amem.

Eu me dissea: cessa,
E ninguém te via:
E sem a promessa
De mais alta alegria.
Que nada te detenha
Grandiosa retirada.

Tive tanta paciência
Que para sempre esqueço;
Temor e penitência
Aos céus partiram.
E a sede doentia
Me escurece as veias.

Assim o prado
Ao esquecimento deixado,
Engrandece, e floresce
De joio e incenso
Ao zumbir tenso
De cem moscas sujas.

Ah! Tanta viuvez
Da alma que chora
E só tem a imagem
Da Nossa Senhora!
Será que se ora
À Virgem Maria?

Ociosa juventude
A tudo oprimida,
Por delicadeza
Perdi minha vida.
Ah! Que venha o dia
Em que os coraçõres se amem!

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