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domingo, 4 de maio de 2008

Bertold Brecht(1898-1956)

Notas Biográficas:

Brecht nasceu antes da virada do século, no dia 10 de fevereiro de 1898. Como ele mesmo disse viveu em tempos negros: viu a 1a Grande Guerra, viu a Revolução ser massacrada na Alemanha e seus líderes serem barbaramente assassinados, assim como milhares de operários e também as lideranças sindicais. Viu a fome nos anos 20, viu a ascensão de Hitler, viu a perseguição de perto. Em 1933 viu o incêndio do Parlamento Alemão - o Reichstag - e compreende que tinha chegado uma nova era.. Sabia que os próprios nazistas tinham colocado fogo no parlamento e colocado a culpa nos comunistas. As perseguições iam aumentar. Era hora de fugir. A partir daí fugiu de país em país, sempre com a mala em cima do armário, sabendo sempre que não era bem vindo.

Finalmente nos Estados Unidos sentiu na carne o que era a Caça às Bruxas. O anti-comunismo estava mais forte do que nunca no país que se dizia a terra da liberdade. A pesar de todas as perseguições - ou talvez justamente por elas - Brecht nunca parou de escrever. Escreveu de tudo: poesia, teatro, ensaios, roteiros de cinema. Mas apesar da sua produção ser enorme tinha grandes dificuldades para sobreviver: dinheiro curto, dificuldades com a língua ( por causa das sucessivas mudanças de país), e, sobretudo o constante rótulo - comunista.

Depois do fim da guerra volta para sua Alemanha, mas sabe que ela não era mais a mesma: eram os tempos das duas Alemanhas.

Num curto período de tempo finalmente Brecht teve o seu teatro e o seu coletivo de trabalho: o Berliner Ensemble.

Instalado no mesmo teatro que em 1928, antes da sua fuga, fez um enorme sucesso com a Ópera dos Três Vinténs, é com essa companhia que finalmente vai poder colocar em prática o seu trabalho.

Em 1954 o Berliner Ensemble faz a sua primeira grande viagem pela Europa, e a partir daí o nome do Sr. Bertolt Brecht passará a ser um dos nomes mais importantes para o teatro no século vinte. Discutido, criticado, atacado, perseguido. Entretanto uma coisa é certa: Brecht lutou durante toda a sua vida pelos oprimidos. Claramente assumiu posições de esquerda e procurou colocar a luta de classes no palco. Nunca de forma dogmática. Sempre buscando a dúvida dialética. Por isso para incontáveis teatreiros do mundo inteiro ele não é Bertolt Brecht, mas sim o nosso companheiro de trabalho Brecht, ou b.b. como ele se assinava sempre em letras minúsculas. Um conpanheiro de luta, uma luta longa e difícil, que só terá fim quando não mais existirem classes socias diferentes. Morre aos 58 anos no dia 14 de agosto de 1956.

A minha Mãe

Tradução de Paulo César de Souza

Quando ela acabou, foi colocada na terra
Flores nascem, borboletas esvoejam por cima...
Ela, leve, não fez pressão sobre a terra
Quanta dor foi preciso para que ficasse tão leve!




Elogio do Revolucionário

Quando aumenta a repressão, muitos desanimam.
Mas a coragem dele aumenta.


Organiza sua luta pelo salário, pelo pão
e pela conquista do poder.


Interroga a propriedade:
De onde vens?

Pergunta a cada idéia:
Serves a quem?

Ali onde todos calam, ele fala

E onde reina a opressão e se acusa o destino,
ele cita os nomes.

À mesa onde ele se senta,
se senta a insatisfação.

A comida sabe mal e a sala se torna estreita.

Aonde vai a revolta
e de onde o expulsam
persiste a agitação.




Clint Eastwood


Não me arrependo,só espero seguir em frente.
Somos a soma de muita informação,
espero estar mais dificil,não quero fazer o que fiz antes,
eu tenho de avançar,nunca tive um plano,surgiu tudo por acaso.
Vivo um dia de cada vez,é a unica coisa que resulta comigo,nunca fui inteligente para fazer um plano,em criança não sabia o que queria ser ou fazer.
Temos que fazer o progecto,depois o público diz se gosta.
Qualquer papel tem exigencias,temos que fazer de uma forma convincente,
há muitas formas diferentes de fazer,muitos estados de espirito,podemos juntar-lhe muitas subtilezas.
Vejo os filmes como se fosse outra pessoa.
Gosto de algumas personagens,dar-lhes vida é um prazer.E desfrutar de todo o processo é bom.
Temos que achar sempre algo em comun com o personagem.
Estudamos os elementos e derrepente começamos,todos participam,como realizador deixo todos descontraidos.
Que recebam do filme o que dezejam,que os faça pensar nas suas vidas,que analizem e avaliem as suas relações.
Se gostam das personagems indentificar-se-ão.
Não gosto de grandes planos e sim deixar a lembrança do filme todo.
È melhor fazer um personagem que se está a apaixonar do que a matar alguém.

Clint Eastwood -realizador e actor EUA in TV



Baudelaire(1821-1867)

Notas Biográficas:

Poeta francês nascido no dia 9 de abril de 1821 em Paris, Charles Pierre Baudelaire aos seis anos ficou órfão de pai.
A mãe volta a casar-se com um militar, o comandante Aupick.
A ausência do pai e o ressentimento contra a mãe causam em Baudelaire um sentimento de carência afectiva que o persegue durante toda a sua vida.

Ele suporta mal o segundo casamento da mãe: primeiro em Lyon e depois no Liceu Louis-le-Grand, Baudelaire seria um aluno sonhador, acometido de "pesadas crises de melancolia".

O poeta sempre leu muito, admirando os Românticos e afirmando-se discípulo de Théophile Gautier.

Para arrancá-lo à sua vida boémia, em 1840, o padrasto, envia-o de viagem à Índia, aonde nunca chega. Da ilha Bourbon (La Réunion) volta para Paris.

Ao chegar à maioridade entra na posse da herança do pai.

Ele adopta a elegância de um dandy e relaciona-se com a actriz Jeanne Duval, a sua "Vénus Negra" e cai nas mãos dos usurários, com o que se iniciam as preocupações económicas que o atormentam durante toda a sua vida..

Começa compor então nesta época as primeiras obras do que viria a ser a recolha poética de "Fleurs du Mal".

Escandalizada pelo seu comportamento, a sua família move-lhe um processo judicial em 1844, que tem como consequência a limitação dos bens de Baudelaire a uma modesta pensão mensal - a partir daí ele começa a viver miseravelmente.

Jornalista, crítico de arte (actividade de que é exemplo "Salons", em 1845, 46 e 59) e de literatura, tradutor das "Histórias Extraordinárias" do americano Edgar Allan Poe,

Baudelaire consagrar-se-ia aos gênios do século - Hugo, Delacroix, Manet, Wagner, entre outros - forjando assim a sua própria estética da "modernidade".

Em Junho de 1857, aparece "Fleurs du Mal", um sucesso escandaloso, vítima de um processo de censura (seriam retirados seis poemas ao livro) por imoralidade.

Embora bastante afectado com o impacto da sua obra, Baudelaire publica ainda uma segunda edição aumentada de trinta e cinco poemas em 1861.

Minado pela doença pelos paraísos artificiais da droga, o poeta será vítima em 1866 de um grave problema de saúde, que, entre outras consequências graves, o deixa meio paralisado.

Morreria então em Paris no no dia 31 de agosto de 1867, aparecendo os seus "Petits poèmes en prose" em edição póstuma de 1869. As publicações de Baudelaire não são muitas. Em 1845 começa a publicar em revistas poemas, críticas de arte e alguns contos. A partir de 1848 começa a aparecer a longa série de traduções de Poe. Após As Flores do Mal publica apenas poemas. Em 1861 sai Les Paradis Artificiels, ensaio sobre as drogas como estimulantes da imaginação e, pouco depois, em revistas e jornais, os seus primeiros poemas em prosa, que formam o livro póstumo Petits Poèmes en Prose. A obra de Baudelaire como crítico de pintura é de grande importância, e vem a constituir a versão francesa mais coerente da estética romântica.

A sua crítica literária, demasiado afectada pelas suas preferências e aversões, não é de grande relevância. Não obstante, a importância histórica da obra poética de Baudelaire é enorme. Pode dizer-se que a sua poesia provoca uma mudança radical em toda a poesia ocidental. Baudelaire é o último grande romântico francês, mas também o iniciador de uma nova sensibilidade baseada na experiência da vida urbana e na observação das ambivalências do mundo emotivo e imaginativo. Por assim dizer, Baudelaire expulsa da poesia a «beleza» no seu sentido clássico greco-latino. Inicialmente a sua influência observa-se apenas em imitadores de aspectos superficiais (o satanismo, a ficção do rigor formal, etc.).

Para o dizer com palavras de Paul Valéry: «As Flores do Mal não contêm poemas nem lendas nem nada que tenha que ver com uma forma narrativa. Não há nelas nenhum discurso filosófico. A política está ausente por completo. As descrições, escassas, são sempre densas de significado. Mas no livro tudo é fascinação, música, sensualidade abstracta e poderosa.»

A vida anterior

Tradução de Guilherme de Almeida

As ondas, refletindo os céus imaginosos,
Iam, solenemente, em místicos assaltos,
Às tintas do sol-poente em meus olhos ociosos,


Refrescando-me a fronte ao embalo das palmas,
E cujo único intento era o de aprofundar
O mal que me fazia aos poucos definhar.



Um morto alegre

Tradução de Paulo Cesar Pimentel

Numa terra sem vida, abandonada e dura,
Quero eu mesmo cavar um buraco profundo,
Onde possa esticar minha velha ossatura
Para dormir tranqüilo, esquecido do mundo.


Odeio o testamento, odeio a sepultura;
A esmolar compaixão como um vil vagabundo,
Antes quisera ver minha carcassa impura,
Ainda viva servir de pasto a um corvo imundo.


Vermes, amigos meus sem olhos, sem ouvidos,
Um morto vos procura alegre e descuidado!


Filhos da podridão asquerosos e tortos
Sem pena percorrei meus restos corrompidos,
E dizei-me se pode ainda ser torturado
Este corpo sem alma e mais morto que os mortos!



David H. Lawrence(1885-1930)

Notas Biográficas:

Escritor inglês, David Hebert Lawrence nasceu em Eastwood em 1885. Dos escritores mais controvertidos da literatura contemporânea de seu país. Filho de um mineiro e de uma mulher de classe média, passou a infância num dos piores ambientes, em condições de vida primitivas, só encontrando compensação na ternura de sua mãe, que lhe ficou como o símbolo do amor e da beleza, jamais reencontrado na vida. Suas faculdades intelectuais eram poderosas, o que o levou a um desenvolvimento rápido. Aos 13 anos, ganhou uma bolsa, e tornou-se professor. Em 1910, morre-lhe a mãe e em 1911 publicou o primeiro romance The White Peacock ("O Pavão Branco"). Deixou o magistério, após um ataque violento de pneumonia, passando a viver da pena. Casou-se em 1914, e foi residir na Itália e na Suiça, publicando, então, Love Poems ("Poemas de Amor", 1913), Sons and Lovers ("Filhos e Amantes", 1913), The Rainbown ("O Arco-Íris", 1915). Convencido do esgotamento cultural da Inglaterra, apenas refressou a pátria em 1923, após publicar Aaron's Rod ("A vara de Aarão", 1922). Novamente põem-se em marcha, desta vez em busca do prmitivo, passando pela Austrália e México. A esta fase, a mais importante, pertencem: Birds, Beats and Flower ("Pássaros, Bestas e Flores", 1923), The Kangaroo ("O Canguru", 1923), The Plumed Serpent ("A Serpente Emplumada", 1926), Lady Chatterley's Lover ("O Amante de Lady Chatterley", 1928). A oposição que logo sentiu contra ele tornou-o repleto de azedume e ressentimento. O Amante de Lady Chatterley teve sua circulação proibida e só recentemente (1960) esta censura foi levantada. Morreu de tuberculose, em Veneza, em 1930. Sua reputação como romancista cresceu firmemente depois da morte. O sentido poético e simbólico levava-o a representar a realidade da existência individual e das relações humanas segundo uma visão poderosa e original, chegando a chocar às vezes pela violência, mas é alto o seu posto na história do romance moderno.

David H. Lawrence(1885-1930)
Uma revolução sadia Tradução de Leonardo Fróes
Se você fizer uma revolução, faça curtindo,
Não me venha com uma cara zangada
de seriedade mortífera,
faça uma revolução engraçada.
Não a faça por odiar as pessoas
e, sim, só para abrir os seus olhos.
Não faça uma revolução por dinheiro,
faça-a por fazer e que o dinheiro se dane.
Que a revolução não seja pela igualdade,
mesmo porque iguais nós já ficamos demais:
gozado agora seria ter o caldo entornado
e ver que rumo as coisas tomam rolando.
Não faça uma revolução pela classe
dos trabalhadores, mas sim para que cada um de nós
possa ser uma aristocracia em si mesmo
pulando com euforia, como os burros que escapam.
Sobretudo não faça uma revolução em defesa
do serviço do qual nós já tivemos bastante.
Vamos abolir o serviço, a ocupação compulsória!
O trabalho pode ser divertido, curtido pelos homens, e assim não ser
mais serviço.
Vamos fazer assim! Vamos fazer uma revolução por prazer!

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