Depressões e Antidepressivos

Luiz Gamito
Antigo Director do Hospital Júlio de Matos,
Director Clinico das Misericórdia de Lisboa,

"Há casos que não cedem aos antidepressivos,a eficácia têm a ver com a personalidade prévia,
das pessoas,como as que têm perturbações da personalidade:como a personalidade obsessiva(que muda menos) e que é um traço da personalidade,
traços de hostilidade,passividade,psicoticismo,paranóides,
traços tambem depressivos:há quem não tenha depressão e seja tendencialmente depressivo,
traços marcadamente ansiosos.

Ao fim de 10 minutos o Psiquiatra consegue fazer um diagnóstico á pessoa ,quer esta fale,ou esteja calada,porque passa a vida a analizar pessoas e há uma recorr~encia de certos traços.

Pode ter que se mudar de antidepressivo,acertando 2 meses+6meses+descontinuação.

As pessoas em que o próprio ambiente,funciona como factor de manutenção do estado depressivo,e as que têm problemas de personalidade,são os casos mais difíceis.
Muitos diagnósticos porque os especialistas não se entendem,por isso aceitam critérios publicados.

Sindrome de Burn-Out-pessoas que estão "queimadas",no local de trabalho,
Se uma pessoa está deprimida vê o mundo como se tivesse póstos, uns óculos de lentes escuras,
Faz uma análise péssimista,do local de trabalho,dos chefes,dos colegas,é a depressão que modifica a percepção e nesses casos,ao melhorar com os antidepressivos,vê modificado o seu ambiente.

Quando o ambiente é realmente mau,a pessoa deprime-se e tem dificuldade em sair da sua depressão,porque o ambiente está lá.Se muda de ambiente a pessoa muda.O ambiente pode gerar uma depressão reactiva.Se a mulher ,tem um marido que lhe bate,não se cura e á situação, com psicoterapia ou antidepressivos,são casos delicados,mantidos por dependência económica.Tambem há pessoas,com uma boa saúde mental,alegres,com capacidade,para resolver os problemas,da sua vida,e que de repente,entram numa situação em que quase se afogam.

As pessoas que são melancólicas.
Há quem tenha traços depressivos,o normal delas é assim.

O manual classificativo das doenças Psiquiátricas, aprovado pela O.M.S-DSM.IV
(mistura de vários pareceres).Aceitando esses critérios só podemos classificar uma pessoa como deprimida,se estivér de acordo com os critérios estabelecidos.A pessoa tem de reunir três factores da grelha,durante um determinado espaço de tempo,se não não passa,mesmo que o especialista tenha a ideia que a pessoa está depimida.

Há vários tipos de depressões,com factores para avaliação, diferentes.

Não se devem deixar as depressões evoluir:para que a pessoa não acabe a pensar:vou matar-me.

É uma doença que corresponde a uma soma de vários factores:funções como comer e dormir são afectadas,não é possivél a um individuo viver totalmente isolado,A forma e o conteudo dos pensamentos tamnbem pode ser afectada,com os atavismos negativos,um pensa que não vale nada,outro que é feio,outro que não consegue fazer nada,nem todas as funções são afectadas em conjunto.

A autodesvalorização ,pode ter a ver com o contexto e as crenças em que a pessoa cresceu,
há pessoas que têm essa personalidade prévia,essa tendência,a pessoa pensa assim porque
já a mãe pensava,sempre incutiu nela que pensasse assim,o pai ajudou,a escola ajudou,etc,
A sua personalidade organizou-se desse modo,mas só agora pode estar deprimida,deixou de dormir,não quer comer,mas há depressoes que durante um longo periodo de tempo,só se manifestam por um sintoma,ou dois,por exemplo dores de cabeça,depois surgem mais sintomas.
há a depressão com sintomatologia ansiosa,o que pode diminuir e não as alteraçoes de memória.
A inibição psicomotora passa por estar passiva ,a pessoa não se mexe,depois o sintoma/inibição começa a desaparecer e a pessoa ,começa a comer,vai dar uns passeios,já se levanta da cama,
mas pode continuar a ter ideias suicidas e mais capaz de agir,pode cometer o suicidio.

A pessoa podia ter uma psicose e terem-lhe dado antidepressivos erradamente.

Inibição da recaptação da serotonina ,nos actuais antidepressivos.

A depressão vai ser uma das principais causas de doença,nos próximos anos.em todo o mundo.
Vão florescer as psicoterapias.

Se fizermos um estudo achamos sempre bons resultados,qualquer que seja a terapeutica.
Tem de se lhe dar é o caracter de credibilidade.È sempre possivél encontrarmos estudos,para validar seja o que for.

Os antidepressivos funcionam melhor,que as psicoterapias,os que se curam são muitos.
A psicoterapia para alguns pode ser uma chatice,como ir á ginástica.Para o estilo de vida da população é complicado.

O efeito placebo pode chegar a 40%,30% das pessoas não melhoram com antidepressivos.
Há pessoas que vão melhorar sem nunca se tornarem individuos alegres.
A pessoa deve ser tratada nas ideaçoes negativas que têm,antes de ficar desinibida.
Os antidepressivos clássicos favoreciam episódios maniacos.

A depressão trata-se com muita coisa,é preciso é pedir ajuda!


From: N.M ,entrevista :Cláudia Moura