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domingo, 4 de maio de 2008

Cora Coralina(1889-1985)

Cora Coralina ( Ana Lins do Guimarães Peixoto Bretas ) nasceu na cidade de Goiás, em 20 de agosto de 1889 e faleceu em Goiânia em 10 de abril de 1985. Filha de Jacinta Luíza do Couto Brandão Peixoto e do Desembargador Francisco de Paula Lins do Guimarães. Casou-se com Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas. Teve quatro filhos, 15 netos e 19 bisnetos. Iniciou sua carreira literária aos 14 anos, publicando seu primeiro Conto "Tragédia na Roça" , em 1910. Saiu de Goiás em 1911, indo morar no interior de São Paulo. Viveu fora de Goiás durante 45 anos. Voltou para Goiás em 1954, indo morar na Casa Velha da Ponte. Iniciou outra atividade: a de doceira, que vai desenvolver por mais de 20 anos.



Mãe

Renovadora e reveladora do mundo
A humanidade se renova no teu ventre.
Cria teus filhos,
não os entregues à creche.
Creche é fria, impessoal.
Nunca será um lar
para teu filho.
Ele, pequenino, precisa de ti.
Não o desligues da tua força maternal.
Que pretendes, mulher?
Independência, igualdade de condições...
Empregos fora do lar?
És superior àqueles
que procuras imitar.
Tens o dom divino
de ser mãe
Em ti está presente a humanidade.
Mulher, não te deixes castrar.
Serás um animal somente de prazer
e às vezes nem mais isso.
Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar.
Tumultuada, fingindo ser o que não és.
Roendo o teu osso negro da amargura.


Os homens

Em água e vinho se definem os homens.
Homem água. È aquele fácil e comunicativo.
Corrente, abordável, servidor e humano.
Aberto a um pedido, a um favor,
ajuda em hora difícil de um amigo, mesmo estranho.
Dá o que tem
- boa vontade constante, mesmo dinheiro, se o tem.
Não espera restituição nem recompensa.
É como água corrente e ofertante,
encontradiça nos descampados de uma viagem.
Despoluída, límpida e mansa.
Serve a animais e vegetais.
Vai levada a engenhos domésticos em regueiras,
represas e açudes.
Aproveitada, não diminui seu valor, nem cobra
preço.
Conspurcada seja, se alimpa pela graça de Deus
que assim a fez, servindo sempre
e à sua semelhança fez certos homens que
encontramos na vida
- os Bons da Terra - Mansos de Coração.
Água pura da humanidade.
Há também, lado-a-lado, o homem vinho.
Fechado nos seus valores inegáveis e nobreza
reconhecida.
Arrolhado seu espírito de conteúdo excelente em
todos os sentidos.
Resguardados seus méritos indiscutíveis.
Oferecido em pequenos cálices de cristal a amigos
e visitantes excelsos, privilegiados.
Não abordável, nem fácil sua confiança.
Correto. Lacrado.
Tem lugar marcado na sociedade humana.
Rigoroso.
Não se deixa conduzir - conduz.
Não improvisa - estuda, comprova.
Não aceita que o golpeiam,
defende-se antecipadamente.
Metódico, estudioso, ciente.
Há de permeio o homem vinagre,
uma réstia deles,
mas com esses não vamos perder espaço.
Há lugar na vida para todos.
Em qual dos grupos se julga situado você, leitor
amigo?



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