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quinta-feira, 8 de maio de 2008

Alberto Moravia

Nasceu em 22.11.1807 em Roma,de origens católicas e judias, aos 9 anos contrai tubercolose,preso á cama muitos anos,aprende a escrever.

1941-casa com Elsa Morante,que ama sem estar apaixonado,divorcia-se em 1963,
relaciona-se com Dácia Maraini e Carmen Llera,

1960- sai um filme a partir de um romance seu:Two Women,de Vittorio de Sica,
seguem-se:A Ghost at Noon,de Jean-Luc Godard(1964) e The Conformist de Bertolucci(1970)

1975-Pasolini é assassinado,"Para ser amigo de uma pessoa,eu preciso respeitá-la culturalmente e sentir-me fascinado,por Pasolini eu sentia as duas."

1984-no Parlamento Europeu assume-se como contra o nuclear "A bomba atómica devia ser chamada a bomba da paz,com o seu poder de arrasar tudo ,elimina a possibilidade da guerra."

1990-a 26.09 é encontrado morto,de hemorragia cerebral,no ano seguinte é publicado o seu ultimo romance e uma autobiografia.(entrevistas).

"Sempre procurei qualquer coisa positiva,que pudesse mudar a vida,para mim,essa coisa positiva era a revolta.O meu poeta preferido era Rimbaud,nunca gostei de ser contra alguma coisa,estava sempre a favor de alguma coisa,por exemplo a favor da revolta em si mesma."

Um outsider.

"Num romance as personagens tem que agir,é assim que escrevo,se elas pensam tem de pensar como se estivessem a agir."

Olha as mulheres como sendo em geral, superiores aos homens,(criou muitas mães nos seus livros)e o sexo como o inimigo do amor.

Tem uma certa forma de amor e de sexo.

"Outros escritores teêm outras chaves:Balzac-o dinheiro,Dostoievsky-os homicidios,a minha é o sexo,mas são apenas chaves para abrir um pouco a porta da realidade."

"Os meus romances são realmente peças de teatro disfarçadas,poucas personagens,unidade de tempo e de espaço,pouca análise,muita sintese,isto é, acção"

Teve a sua medida de tempo,"Os meus anos são marcados pela presença de uma mulher,o facto de Mao assumir o poder na China,ou quando o Estado de Israel foi criado,são factos que me interessam muito,mas não tanto como os meus acontecimentos privados,a vida é privada e não pública"

Albert Pincherle- Moravia.

O pai era arquitecto loiro ,judeu,pintor,solitário ,falava o dialecto italiano de Veneza,"tinha uma devoção mórbida para com a sua cidade natal".A mãe Gina,bela morena,dezejava que o filho fosse diplomata,uma actividade de prestigio,"mas eu desde sempre quiz ser escritor",
cresceu com as irmãs,com férias nos Alpes e nas praias de Viareggio,é cheio de energia,
e bom- humor,mas sensivél aos ruidos e cores,tinha dores de cabeça,


Passou temporadas no sanatório,depois de ter tuberculose,não se lembra de visitas da familia,
teve como companhia apenas os internados.Cada um da familia anda na sua vida.Agrada-lhe não se ter querido suicidar.Sabe que sofre,tem dores,torna-se um pouco neurótico,mais nada.


Aprende Inglês por si,devora todos os livros a que tem acesso ( tambem livros que falam da corrupção,do silêncio das vozes inconvenientes,),começa também a escrever,

"Os Indiferentes"-publicado em 1929,pelo que passou em 17 anos na cama,doente.


Habitua-se a escrever na cama;


"Aprendi a escrever com este 1ºlivro.Escrevia,lia em voz alta,
emendava,foi quando para mim as coisas se tornaram palavras e vice-versa."


Antipatizava com o fascismo e para evitar a censura usava alegorias.


Muitos dos livros que publica serão proibidos pelo regime de Benito Mussolini,que fora eleito pelo povo,no periodo de miséria e de luto após a 1ª guerra mundial,mas logo se revelou um ditador.

A tia Amelia Rosselli,irmã do pai,é uma burguesa influente na sociadade romana,mas em 1937,
os Rosselli são assassinados por um groupo fascista.Com as suas origens judias e as suas ideias sobre o fascismo e os seus livros que desafiam o conservadorismo ,Moravia corre mais riscos,
quando Mussolini se alia a Hitler,em 1939.


Após a queda do ditador italiano em 1943,antes da guerra terminar,o povo escolhe um governo democrático,com uma nova constituição em 1948,
anti-fascista,garantindo a liberdade e os direitos humanos,antes negados.

Na vida de Alberto Moravia,como o próprio disse,contam essencialmente os factos privados,

Torna-se independente,quando em 1941,aos 33 anos,casa com a escritora Elsa Morante e sai de casa.Destingue por ela,amor de paixão,ama-a mas diz nunca ter estado apaixonado.
"O amor não é catastrófico,muitas vezes é sólido e profundo".

Ele prefere apaixonar-se,mergulhar totalmente nessa experiência existencial,

Diz que Elsa "embora uma pessoa fascinante é competitiva,afirma a sua independência,mesmo nas ocasiões mais triviais,conta que ela o magoou muitas vezes de propósito," A relação reflecte-se nos titulos dessa época ex: " Il Dizprezzo" ,de que Godard viria a fazer um filme.

Vai aos EUA,em 1955 consegue ,depois de muito esperar,um visto Soviético e um visto Americano,ambas as partes consideravam-no simpatizante da outra.

O seu casamento com Elsa,vai sendo trocado por uma coabitação e depois por um vazio,quando ele volta dos EUA,ela tem um caso com Luchino Visconti,mas volta a casa á noite e conta-lhe todos os detalhes.
Na altura sentia-se embaraçado,por conhecer detalhes privados que não lhe diziam respeito,mais tarde percebe que sofreu,mas não se separam legalmente.

Visita a Rússia comunista,mas percebe que a ordem é aparente,as pessoas são proibidas de adquirirem bens pequenos,para que as industrias de armamento possam ser alimentadas,pelas suas poupanças.

Só quando se apaixona por Dacia sai de casa,divorcia-se de Elsa em 1963.

Vive com Decia,numa nova energia,de 1960 a 1978,fica a lembrar-se desses 18 anos,como os melhores da sua vida.Mas com este novo amor,não pode ter periodos de reclusão,como teve com Elsa em Capri, Dacia não é só escritora,está envolvida no femeninismo e no teatro,tem muitos afazeres culturais em Roma,mas adoram viajar juntos,ela não leva atráz os detalhes do dia-a-dia,como Elsa e ambos entram em experiencias novas,quando visitam outros lugares,Alberto só se aventura em África com 50 anos,com Dacia e o amigo Pasolini ((que conhecera atravéz de Elsa),começaram pelo Gana e ele gosta,

Timbuktu(África) e Bagdad e Samarcanda (Ásia) são desilusões: "Não há lá nada,talvez eu tenha ido,só para poder dizer que estive nesses lugares ."

Depois da separação de Dacia,faz o costume,escreve e lê e procura outra companheira,"Não é o que todos fazemos,trabalhar e procurar companhia ?"

Encontra Carmen Llera,um médico diz-lhe que tem cancro no estomago,é operado,mas é falso alarme.

Nos anos 80 envolve-se na luta antinuclear,escreve sobre,mas sente que com as ameaças do terrorismo , estes são os seus anos de menor envolvimento politico,mas é eleito para o parlamento europeu,numa plataforma antinuclear,passando mais tempo com pessoas mais jovens.

Sabe da morte de Elsa,em 1988,quando está em viagem,e dá-se umas horas para passear sósinho,digerindo a perda,apesar de tudo.

No dia 26 de Setembro de 1990,morre na seu apartamento em Roma,a barbear-se na casa de banho,de hemorragia cerebral.

From:Life of Moravia,Alberto Moravia e Alain Elkann,e fernando.pratas@xix.publico.pt

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